quarta-feira, 15 de novembro de 2017

O fluir responsável com a Vida

Em termos astrológicos, estamos caminhando para os últimos meses de um ano de Saturno, dentro de um Ciclo maior de 36 anos que serão regidos por Saturno. Isto não é novidade, correto? Este é um assunto bem comentado entre o pessoal que curte Astrologia.
Saturno é o Arquétipo diretamente relacionado a autorresponsabilidade e durante estes 35/36 anos vindouros este parece ser o grande enfoque cósmico para nós, em termos de trabalho pessoal e coletivo.


Sob esta ótica, as crises que vivemos do ponto de vista individual, social, econômico, político e religioso, trazem consigo a força da mudança de paradigmas e profunda reconstrução de valores internos.
Desde 10 de novembro de 2017, Júpiter - que será o regente astrológico a partir de 20 de março de 2018 - entrou em Escorpião, trazendo consigo a interação dinâmica da luz sobre o ciclo morte e renascimento das transformações, ressaltando então a vivência da crise, porém com um pouco mais de leveza e orientação. Júpiter em Escorpião fala da fé na capacidade de abrir mão, de morrer um pouco na Água das Transformações.
Mas não paramos por aí. Em 20 de dezembro de 2017, Saturno entra em Capricórnio, intensificando o tema da autorresponsabilidade. Mas... autorresponsabilidade em relação ao que?
Como é que se junta tudo isso ?
Há uma resposta simples em termos de escrita e absurdamente desafiadora em termos de prática vivida: responsabilidade em relação a sermos mais de nós mesmos a partir de nossas escolhas no cotidiano. Ser o si mesmo é uma dinâmica constante de um eterno autotransformar-se no caminho em direção à essência do Ser.
Essa é a grande meta de todo e qualquer indivíduo terreno e é com ela que temos que nos confrontar.
Jung, um dos grandes mestres da humanidade, integra meta e transformação de forma belíssima quando nos diz que “A meta é importante apenas como uma ideia; o essencial é a opus que leva à meta. Esta é a meta de toda uma vida.”
Este é um trabalho profundamente alquímico, no sentido de que nos permitimos a transformação no processo de alcançar a meta. E penso que aqui está o grande segredo para que nossa vida não caia num clichê vazio e inexpressivo.
Vc já reparou no caminhar? Vc já reparou que entre um passo e outro, vc fica por segundos sobre um pé só, meio suspenso? Experimente ampliar este processo... experimente torna-lo mais consciente, menos automatizado pelo dia-a-dia...
Perceba que enquanto vc não tem os dois pés firmes no chão, vc pode escolher qualquer caminho, qualquer direção ( inclusive cair ) e, neste processo, optar pelo novo.
A partir de quais caminhos vc alcança a sua meta? É sempre a partir de um caminhar retilinio, marchado, cadenciado? Ou vc se permite a possibilidade de descobrir novas formas do caminhar? Neste processo, vc se permite se transformar?
Simbolicamente, esse é um trabalho que ocorre a partir de um processo orgânico, na terra úmida e escura de Saturno, mobilizado pelas águas densas e inconscientes de Escorpião, mas embasado pela profunda sensação de confiança de Júpiter.
James Hillman, um maravilhoso estudioso de Jung, nos diz em seu denso livro “Psicologia Alquímica”, que “O trabalho ocorre nas profundezas do mar, onde a luz não alcança, dentro da ostra hermeticamente fechada. Então ele deve ser pescado e aberto, extraído. Não é suficiente ter uma pérola nas profundezas do oceano, não é suficiente ser presenteado com riquezas e abençoado com talentos. Pois eles podem se manter lá, ainda lacrados na ostra quando estivermos lacrados para sempre num caixão. É uma ‘meta difícil de se alcançar’ – deve ser trabalhada assim como o faz a ostra, e é preciso que se mergulhe para apanhá-la, profundamente, em águas que dissolvem.”
Dissolvem? Sim... dissolvem nossas certezas, nossas estruturas corroídas, anacrônicas, não funcionais... é para isso que Saturno nos acorda.
Mas é preciso coragem para isso! Há que se ter coragem para acordar!
E por isso Júpiter vem em nosso socorro, estimulando-nos a continuar nesse processo infinito de autodescoberta. “O homem revelado é o homem conhecido”, nos diz Hillman, “como se o autoconhecimento somente o fosse verdadeiramente no ato de revelar-se como se a transparência fosse continência. Minha substância é a minha aparência”. Isso é autorresponsabilidade. É o conhecer-se tanto e tão profundamente que a única alternativa que se tem é o assumir-se completamente, assumir-se ser responsável por seus sentimentos, pensamentos, escolhas, por ser quem se é, sem que haja necessidade de verdades interiores escondidas por detrás da pretensão exterior.
O diamante é o carbono em seu mais perfeito estado de interação. Quando na terapêutica alquímica precisamos lidar com o pretume do carbono-carvão que afasta o eu do si-mesmo, trabalhamos intensamente com o diamante: a claridade aperfeiçoada.
Transformar carvão em diamante que reluz... passo a passo... esse é um belo trabalho, não ?
Mas... deixe-me dizer algo: nossa mente não funciona de modo linear. Ao contrário! Ela é holográfica, comandando um aparato biológico para o qual o tempo é um eterno presente.
Então... saia da ilusão de metas fixas... elas não existem, a não ser como pensamento criado por uma mente que é absolutamente circular e holográfica.
A beleza de estabelecer uma meta é que vc desperte através dela e não com a meta colocada em algum lugar lá fora clamando por realização, mas a partir de vc dentro da meta !
Se vc passar a encarar sob este olhar, crises virão e passarão e vc irá aprender a se divertir com elas, porque elas sempre te mostrarão lados de vc que vc não imaginava existir e justamente por isso, poderá se transformar, se reconhecer, crescer em multiplicidade num eu capaz cada vez mais de se apropriar do si-mesmo.
Já que estamos em crise, que a crise te transforme num belo diamante !

Um beijo grande !

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Pensando nossas transformações através das dicas celestes

Em Alquimia, não há um Eu indiferente à Natureza, não há um “aqui” indiferente do “lá”.
O “Eu Indivíduo” que está numa constante dança de interação com o “Eu Universo” é paradigmático na visão alquímica do mundo.
E é a partir deste olhar que podemos pensar Astrologia. Não como algo determinista e que tira de nós a autorresponsabilidade da escolha, mas como um outro com o qual eu converso, interajo e posso compor a coreografia do viver.
A Astrologia vista como um grande convite à autopercepção nos dá a chance de tirar nossa vida da infertilidade criativa do cotidiano.
É com este espírito que proponho o pensar astrológico aqui...
Vamos lá então?


A dinâmica interacional proposta em nosso sistema para este início de semana parece interessantérrima, com dois aspectos sobre os quais gostaria de conversar com vc:
·         Júpiter, Vênus e o Sol conversando com Escorpião;
·         A Roda da Fortuna em Virgem com a energia materna da Lua que mingua.
Bem... e a que tudo isto no convida?
A ênfase da luz, do lumiar, está sobre os aspectos que precisamos transformar em nós, abrir mão e soltar o que não faz mais sentido para o nosso momento de vida. Ser autoconfiante o suficiente que te permita ter confiança no processo de deixar ir o que impede a dinâmica do nascer o novo.
Levando em consideração que estamos com contagem regressiva para o final do ano, em termos de calendário gregoriano, parece fazer muito sentido que já nos coloquemos neste tipo de análise.
Sendo assim... quais padrões de pensamento impedem seu desenvolvimento? quais sentimentos te mantém presa a um passado que não funciona mais? O que está anacrônico para vc ? Estas são sementinhas de renovação na conversa que Escorpião busca ter com vc.
A energia masculina solar parece ser completamente respaldada pela feminina energia lunar que mingua em Virgem... No seu dia-a-dia, no seu cotidiano emocional o que vc pode fazer para que se minguem coisas, sentimentos, afetos, medos não-funcionais?
O desapego não é um processo fácil, porque muitas vezes, temos a sensação de que iremos morrer com ele num vazio que traz a dor quase inexplicável da alma....
Se é assim, acolha sua dor, comece aos pouquinhos e vá se acostumando gradativamente a este processo... Assim como o Universo tem um ritmo que marca sua dança e retoma ciclos no grande relógio cósmico, marque um ritmo próprio de crescimento, transformação, ampliação e apropriação do Si Mesmo. Se há um predestino, é este !
Se vc deixar minguar o que te dói, vc se coloca no caminho da autotransformação proposta por Escorpião, fluindo com o Cosmos, permitindo que o Grande Arquiteto do Universo faça parte da sua vida.

Um beijo grande !