terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

A Alquimia na India

A Alquimia, na India, remonta ao período de 1500 a 1000 a.C. com os Vedas, uma coletânea sagrada, inicialmente passada de forma e depois copilada em Quatro Livros durante o chamado período Védico.
O período Vedico é o período onde se registra o conhecimento oral sagrado, e vai de1200 a 600 a.C. aproximadamente. Nesse período, são redigidos então os Quatro Vedas, os Upanishads e o Paveda.
Nos Vedas, é possível encontrar provas de quem em 2000 aC, os sábios hindus e os eruditos tinham conhecimento sobre o sistema heliocêntrico !!!!  Vc consegue imaginar isso???
Após o período Vedico, vem o período Épico, que vai de 600 aC a 200 dC., período em que se escreve o Mahabarata, um poema com 100.000 versos, e o Ramayana, com 24.000 versos! Neste período encontramos o primeiro clássico sobre a prática alquímica: o Rasarathnakara, cujo autor é considerado o pai da Alquimia Indiana. Seu nome: Nagarjuna.
Após o período Épico, tem início o período Escolástico, onde as Seis Escolas indianas são desenvolvidas, dentre elas a Yoga.
A Alquimia Indiana estava direcionada para trabalhos de cura de doenças, prevenção da decadência, rejuvenescimento, juventude e beleza perenes, força imensa, visão sobrenatural e levitação.


A parte farmacêutica tinha por base os medicamentos naturais extraídos de plantas e derivados animais. Sua preparação partindo dos processos de combustão, destilação, diluição, dissolução, precipitação, sublimação além da purificação das matérias-primas, o mercúrio e o ouro, também eram utilizados na fabricação dos medicamentos.
As técnicas de Yoga utilizadas foram as desenvolvidas por Pantajali no século III a.C., pois foi com ele que a Yoga passou de uma tradição mística para uma doutrina filosófica viva.
Yoga significa “unir”, referindo-se à união da alma individual com Brahman, a realidade última, a alma ou a essência de todas as coisas. Esta união passa necessariamente por experenciar concreta e pessoalmente o fato de que tudo, inclusive nosso próprio ser, é Brahman.
É muito interessante lembrar que o Hinduismo não é politeísta, ao contrário do que possa parecer aos nossos olhos ocidentais. Tanto no Hinduísmo, como no Budismo, como no Taoismo, a origem do Universo é una.
Da origem única, origina-se a dualidade primordial: Deus Pai Primordial e Deusa Mãe Primordial que voltam a se unir para gerar o três e a partir disso todos os demais deuses são aspectos enfatizados do Uno experimentando a si mesmo.
Todo o processo de desenvolvimento humano é sair da origem e voltar para a origem, reinventado, re-criado, re-unindo em si o Deus Pai e a Deusa Mãe, o Sol e a Lua, o Yang e o Yin.
Shiva e Shakti são manifestações de Brahman.
Shiva é um dos deuses indianos mais antigos,  podendo assumir muitas formas, sendo a mais celebrada a forma de Dançarino, que cria e destrói, sustentando, através de sua dança, o ritmo do Universo.
Shakti aparece como esposa de Shiva e os dois são frequentemente representados em abraços apaixonados presentes em magníficas esculturas nos templos, esculturas que irradiam uma sensualidade extraordinária, num grau inteiramente desconhecido na arte religiosa ocidental.
O prazer sensual jamais foi suprimindo no Hinduismo, uma vez que o corpo sempre foi considerado parte integral do ser humano, nunca isolado do espírito. A realização inteira envolve ambos, corpo e alma.
Existem várias escolas ou caminhos de yoga, mas podemos considerar o Tantra Yoga como a religião mais antiga da India, na qual seus seguidores cominaram esses aspectos místicos e práticos e deram origem a uma prática única para aperfeiçoar a consciência física e psíquica.
Tantra significa rede, teia, dando a idéia de que tudo está interconectado. O objetivo da prática tantrica está em levar o individuo a perceber-se como parte do todo,  ampliando seu nível consciencial, para além da sensação de separatividade que temos na 3D.
É difícil precisar a origem da Tantra yoga, pois os fanáticos hindus destruíram muitos de seus textos. Enquanto a yoga em geral procura unir “o interior e o exterior, o microcosmo e o macrocosmo – Tantra é a prática de realizar essa união, de expandir o self para abraçar o Self Universal”.
Como um homem, ao abraçar a mulher amada, nada sabe interna ou externamente, assim também esse indivíduo ao abraçar a Alma inteligente, nada sabe interna ou externamente – Upanishads.
Juntando as energias de Shiva e Shakti, o iniciado atinge o estado divino de consciência e conecta-se com a essência de Brahman, segundo Benjamim Walker, com “a quintessência sutil que revigora a estrutura física, faz o corpo crescer, ativa as faculdades sobrenaturais e põe a pessoa em comunicação com qualquer entidade do universo”.
Dentro do biorritmo do cotidiano, se respeitamos sono e alimentação, essa conexão tântrica ocorre toda as noites em nosso organismo quando as serpentes de pai e de mãe encontram-se em nosso chakra coronário, fabricam a tintura suprema e descem novamente até o chakra básico, de hora em hora, até as seis da manhã, quando elemento fogo está em seu pico para nos reenergizarmos para um novo dia.
O Mercúrio era considera um princípio gerador para os indianos, e é muito interessante essa associação se nos lembrarmos que Mercúrio, Deus, era a releitura que os Gregos fizeram de Hermes Trismegisto, o Pai da Alquimia.
Na Escola Joel Aleixo, consideramos que toda a doença surge na substância Mercurius, substancia que rege todo nosso processamento mental, portanto, para a cura, nossos pensamentos precisam mudar necessariamente. O Mercurius pode ser considerado também como nosso nível áurico, sendo o corpo emocional o Sal e o corpo físico, o Sulphur, por ser o nível mais denso da expressão do nosso Espírito.
Talvez o aspecto mais obvio da Alquimia Indiana nos chegue através da Ayurveda.
Para falar sobre Ayurveda, pesquisei o site da Associação Brasileira de Ayurveda: www.ayurveda.org.br
Esse site é bem legal para quem curtir o tema... vale a pena dar uma olhadinha !
Bem... vamos lá dar um resumo sobre o que é a Ayurveda – filosofia médica indiana.
A palavra Ayurveda é proveniente do sânscrito e possui duas partes: Veda que é traduzido como conhecimento, ciência ou sabedoria e Ayus que significa vida.
Neste contexto Ayurveda é o conhecimento, a ciência ou sabedoria que propõe uma vida saudável em harmonia com as leis da natureza com o objetivo de alcançarmos a felicidade. Nesta filosofia indiana a saúde é um estado de completude.
A ONU, na segunda metade dos anos 1990 adotou o conceito de saúde não só como ausência de doença, mas como qualidade de vida... Gente... é brincadeira, né... eu gostaria de saber que arte que nós fizemos para jogar fora tanta sabedoria... 1990 ! Os escritos da Ayurveda datam de séculos antes de Cristo !!!!
O Ayurveda acredita que tudo no universo é composto pelos 5 Elementos, que expressam nossa fisiologia através da acentuação destes elementos.
Segundo o Susruta Samhita a saúde é definida da seguinte forma: “Quando os Doshas (humores), Dhatus ( tecidos), Agni ( digestão e metabolismo) e a eliminação de Malas ( excreções) estão em sua função normal e isto está associado a clareza dos sentidos, mente e alma”.
Nesta filosofia a pessoa pode não ter uma doença propriamente dita mas também não estar saudável pois a saúde depende de uma integração corpo-mente-espirito.
As ferramentas terapêuticas do Ayurveda são medicamentos naturais e sua utilização depende da leitura do desequilíbrio vigente da pessoa. Este diagnóstico é realizado através da história detalhada e exame físico minucioso. Após isto o profissional de Ayurveda pode utilizar os seguintes métodos naturais aplicáveis a cada caso: passando por desintoxicação, atividade física moderada, rotina diária saudável com pratica de Yoga e meditação.
É um mundo fenomenal, pleno de sabedoria e profundo entendimento da funcionamento do Humano em sua plenitude.

Para terminarmos nossa parada pela India, certos de que nem arramamos a profundidade da sua história milenar eu me despeço por hoje dizendo Namastê !!!

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Um pouco mais sobre o Tao ...

A transcendência está no cerne do pensamento oriental. Não se nega o corpo ou a vida terrena, mas parte-se desse ponto para se perceber algo maior, mais amplo e totalmente interconectado.
Podemos ver isso através do Hinduismo, do Budismo e também do pensamento Chinês com suas duas principais filosofias: o Confucionismo e o Taoismo.
O Confucionismo era a parte prática do pensamento chinês e o Taoismo o lado mais intuitivo e contemplativo.

Tao significa “o Caminho” e, segundo se conta, o Taoismo nasceu com Lao Tsé ( Tzu ), contemporâneo de Confucio. Diz-se ter sido ele o autor do principal texto taoista: o Tao Te Ching.
O Tao é a realidade última e indefinível enquanto tal e por isso não pode ser concebida em palavras ou racionalizada, percebe ?
Se o Tao é indefinível, nossa mente racional não ajuda muito no processo de entrar no Caminho... Percebe as consequencias desta visão ? Não se entende a realidade racionalizando... 
Isso é muito profundo principalmente para o nosso lado ocidental do planeta que entende que ter argumentos e ter a verdade são quase a mesma coisa, porque nos faz assumir um nível de responsabilidade ao qual não estamos nenhum pouco acostumados
Um dos símbolos mais conhecidos do Taoismo é o “Diagrama do Supremo Fundamental” ou T´aichi T´u. Dentro dele, reside toda uma filosofia de vida que se baseia na dinâmica do Yin e do Yang.
Yin como sendo a força da lua, a energia de absorção, introversão, meditação. O movimento da Inspiração, na respiração.
Yang como sendo a força do sol, a energia da ação, extroversão, agir no mundo. O movimento da Expiração, na respiração.
Um contém o outro e o excesso de um leva ao início do outro. Tudo é cíclico, como a natureza é cíclica, como as estações são cíclicas, pode a translação da Terra é cíclica, como a translação do Sol é cíclico, como o bem e o mal o são.
Congelar o movimento cíclico é adoecer, não fluir é adoecer, tensionar sem relaxar é adoecer, percebe?
E na doença, necessariamente nós nos entregamos, precisamos ser cuidados, o ritmo diminui, o sol dá lugar à lua...
A saúde está relacionada com o caminhar com a Natureza, respeitar seus ritmos, respeitar nossos biorritmos de sol e de lua, entender que temos que nos conectar com o aqui e agora do corpo e respeitá-lo.
Quer ver como fazer isso de uma forma muito simples: durante três minutos por dia simplesmente feche seus olhos, coloque uma das mãos sobre o coração e a outra sobre sua barriga e perceba o entrar e o sair do ar por seus pulmões, o crescer e o afundar de sua caixa torácica e de seu abdômen.
Só isso.. três minutos.. e vc já terá entrado no Caminho....


Bjs !!!

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Alquimia Chinesa, Corpo e Vida Eterna: mais um pouco da história da Alquimia

Nesta série de artigos sobre a História da Alquimia, já falamos sobre a Alquimia Egípcia ( Alquimia no Egito ), aprofundamo-nos um pouco na figura de Hermes Trismegisto ( Hermes Trismegisto ), e agora, vamos para nossa próxima parada histórica: a Alquimia Chinesa.




Há mais de 7000 anos, já no século V a.C, a Alquimia chinesa, enquanto arte da transformação, já era bem desenvolvida e era parte intrínseca na cultura numa época em que o animismo era bem difundido.
O animismo é um conceito central na Alquimia e traz em si o conceito de que tudo é sagrado, porque tudo contém vida. Se lembrarmos que a Física nos diz que 90% do átomo é energia, ao invés de sólido material, então talvez possamos abrir nossa mente para este conceito...
No século III a.C., alquimistas chineses e indianos usavam o ouro no preparo de elixires, poções e sucos empregados na cura, fato interessante, principalmente se correlacionarmos isto com a pesquisa o uso de ouro em câncer, conduzido por Mark Welland, do St. John's College, da Universidade de Cambridge, em 2014. Isso me faz perguntar que a Medicina moderna não tem nada a aprender com sua Mãe Alquímica ....
Os primeiros textos alquímicos chineses datam do século II a.C. e, neles, as palavras chinesas para alquimia eram lien tan, que significam “pílula para transformação”.
Os alquimistas chineses buscavam a transformação radical da mente usando práticas para disciplinar as funções corporais, meditação e a ingestão de elixires especialmente preparados. Seus objetivos não se concentravam tanto na transmutação dos metais, mas na transformação do corpo. A meta desses alquimistas era prolongar indefinidamente a vida.
O processo de cura alquímico trabalha exatamente através desta leminiscata que flui entre o mais denso e o mais fluido em nós mesmos, dinamizando nossa energia e elevando o padrão vibracional geral.
O Taoismo é a mais antiga filosofia da China e expressou belamente o processo alquímico.
A Alquimia, através do Tao, é atingida segundo Lao-Tzu, em cada momento da vida: através da consciência no presente. Os livros ajudam, mas nada substitui a experiência prática de uma mente focada. Talvez Lao-Tzu estivesse tentando nos transmitir isso quando disse que o “Tao que pode ser escrito não é o verdadeiro Tao”.
A sensação de paz está muito relacionada ao funcionamento harmônico das ondas cerebrais e isso acontece quando estamos focados, concentrados. Na medida em que nos concentramos no presente, as ondas cerebrais se reorganizam e nós nos acalmamos.
A consciência do aqui e agora é extremamente poderosa do ponto de vista transformacional. Vc já parou para pensar o quanto a Espiritualidade que nos modifica é sensorial?
Não há nada que nos traga mais para o presente do que o nosso corpo. Não há nenhum outro lugar onde o sagrado possa ser mais sentido e vivenciado.
Talvez por isso, dar a ele a capacidade de se autorregenerar eternamente a ponto de não precisar morrer seja a expressão máxima da visão alquímica chinesa.

Um beijo e até a próxima !

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Hermes Trismegito, o Três Vezes Grande

Para que gosta de Alquimia Egípcia, hj vou falar um pouco mais sobre um personagem importante, considerado o fundador desta Arte. Agora, vou me apoiar no livro de Francis Barrett, para contar mais sobre Hermes Trismegisto.
Mas antes, deixe-me apresentar F. Barrett, nosso convidado de hj.
Francis Barrett era um estudioso de Química, Metafísica, Filosofia Natural e Oculta, nascido em Londres, por volta de1770.
Para ele, a Magia é a prática da Filosofia e o Mago, um sábio, que tem conhecimento e sabe como usá-lo.
 Em 1801, Barrett, com grande conhecimento acumulado sobre operações alquímicas medievais, em Londres, ensinou quem estivesse interessado em conhecimentos medievais. Foi nesta mesma época que publicou seu livro “Magus”, de onde busquei a referência que centraliza este artigo.
Barrett  estudou Zoroastro, Hermes Trismegisto, Apolônio de Tyana, Simão do Templo, Agrippa, Paracelso e Roger Bacon, grande figuras Alquímicas.
Tinha uma percepção interessante da operação mágica dizendo que toda magia é o conhecimento verdadeiro da Natureza e suas causas, incluindo esta Natureza o Homem, o Universo e a Causa das Causas, pois tudo faz parte do princípio vital que permeia todo o Universo. É um olhar sobre a vida claramente baseado em conhecimentos herméticos.
Eu particularmente acho, e tenho quase certeza de que não estou sozinha nisto, de que a Magia é a Física Quântica não explicada em termos racionais humanos.
Dizia Barrett que como tudo está interligado, somos capazes de manipular a energia se nos concentrarmos na frequência correta e se utilizarmos um veículo adequado. Segundo ele, o mais importante para conseguir a manipulação da energia é a intenção em fazê-lo, para o bem ou para o mal e para quem.
Se parar para relembrar o experimento da dupla fenda vc verá que o princípio aqui é exatamente este. Interessante isso....
Imagine vc aplicando isso em sua própria vida .... Mas, para fazer isso da forma correta, é preciso, antes de qualquer coisa, que se conheça de maneira profunda os princípios de Hermes Trismegisto. Assim, voltamos ao tema inicial: quem foi Hermes?
Segundo Barrett, Hermes Trismegisto, o Três Vezes Grande, autor de Pimander e o Caibalion, dentre outros, viveu em alguma época antes de Moisés e foi o primeiro sábio a transmitir por escrito o conhecimento celeste e divino à humanidade.
Não se sabe ao certo se foi rei do Egito, embora Barrett acredite que sim, dizendo que, em sendo o filósofo principal, de acordo com o costume egípcio, ele fora iniciado nos mistérios do sacerdócio e preparado para ser o chefe supremo do governo ou rei.
Foi chamado Ter Maximus por ter conhecimento perfeito de todas as coisas contidas no mundo, transmitindo à posteridade, os profundos segredos da natureza em forma de enigmas e símbolos, sendo a Tabua Esmeraldina talvez o mais conhecido deles.
Muito embora a cronologia a respeito de Hermes seja incerta, não resta dúvida de que ele parecia possuir o grande segredo da obra filosófica, em função das obras deixadas, levando-nos a crer que, no mínimo, foi um filósofo profundo, que obteve sua sabedoria de Deus e das coisas celestes.
Hermes foi Toth, o deus da sabedoria, cultuado em Jemenu (atual Hermópolis), onde ele viveu.
Quando morreu, não se sabe... mas acho que talvez nem seja preciso, não é mesmo? Assim, como saber de fato se existiu fisicamente ou não... O que foi herdado de Hermes Trismegisto é grande e profundo o suficiente para que o respeitemos como grande sábio que procurou nos ajudar em nossa evolução como humanos.


Um beijo !!!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

A Alquimia no Egito: um tema profundo e hermetico para trabalharmos

 Isolada ao longo do fértil rio Nilo, a cultura egípcia foi contínua por cerca de três mil anos ( dentro do tempo conhecido ) até cair com a conquista romana.

Como surgiu esta civilização é ainda tema de controvérsia entre os estudiosos.
Acredita-se que com o fim da Era do Gelo ( 15000 a 10000 aC ), o Nilo começou a ganhar configurações mais próximas das atuais, atraindo para si grupos de humanos que buscavam condições melhores de sobrevivência. Ao redor do Nilo poderiam encontrar água para beber, peixes comer e terras para plantar.
Heródoto, um viajante grego que visitou o Egito no séc. V a.C., e considerado como o Pai da História, escreveu: “Egito é um presente do Rio”, e... arrisco-me a dizer que a Alquimia também....
A Alquimia Egípcia nasceu em solo negro: “al Khen” significa país negro. E permitam-me aqui um paralelo entre o processo de nascimento da Arte e o processo de autodesenvolvimento quando dizemos que todo o processo de transformação tem início com Nigredo, caminhando pelo Albedo até chegar ao Rubedo.
A civilização Egípcia evoluiu incrivelmente em seus milhares de anos de existência, e com ela, a Arte Alquímica. É inegável o fato que os Egípcios continham elevado conhecimento sobre Astronomia, Arquitetura e Matemática.
A construção de Pirâmides alinhadas a Estrelas, o processo de embalsamamento dos mortos são os exemplos mais comuns sobre este antigo conhecimento. A pirâmide de Degraus, Sacara, a Escola de Iniciação do Egito, foi a grande primeira pirâmide construída. Seu Arquiteto: Imhotep, sumo sacerdote, mago e alquimista que viveu há mais de 5.500 anos. Como foi construída, ninguém sabe ao certo, até hoje, muito embora, todos nós possamos ter nossas teorias particulares.
Conta-se também que Hermes Trismegisto, um grande sábio, hierofante egípcio, figura lendária ou não (não se sabe ao certo), mais tarde identificado como o deus egípcio Thoth, foi o fundador da Alquimia. Hermes transmutado em deus nos faz prestar atenção à intenção de trazer o sagrado para a sabedoria infinita deixada por alguém... fato que ainda fazemos hoje em dia, não é mesmo ?
Aliás, Alquimia é conhecida com Arte Hermética, sendo que os sete princípios Herméticos permeiam o trabalho alquímico. Trabalho num sentido amplo: sacro oficio.
Hermético aqui também se refere ao fechado. O conhecimento era passado gradativamente ao aprendiz na medida em que houvesse a prática do autodesenvolvimento. Em Sacara, essa era a prática.
Aliás sobre isso, falava Maria – a Judia. Segundo Maria - a Judia ( século IV dC ), uma das mais influentes praticantes desta Arte, dizia que a Alquimia é donum dei ( um dom de Deus ), sendo que o desenvolvimento deste dom exigiria estudo e orações, além de anos de experimentos práticos.
A Alquimia, da forma como a conhecemos hoje, foi desenhada em Alexandria, no Egito, durante o século I dC, muito embora suas raízes ancestrais sejam mais antigas. Influenciou fortemente a filosofia Grega, muito embora a mentalidade grega seja muito mais racional que a mentalidade egípcia, mais intuitiva.
O Deus Hermes, com suas asas nos pés e mensageiro da mensagem divina, foi a adaptação de Thot à cultura grega. Hermes transformou-se em Mercúrio, em Roma – um arquétipo fundamental na Alquimia.
Com certeza, vc já se deparou com a imagem do caduceu, bastão carregado por Mercúrio, com suas cobras entrelaçadas e asas. Este símbolo fala no alinhamento de nossas forças energéticas e do despertar de nosso deus interno.
Muito da Alquimia Medieval, com o lendário Merlin, teve suas bases na Alquimia Egípcia, através dos escritos de Hermes Trismegisto. No Renascimento esse conhecimento é intensivamente retomado.
E agora, estamos nós aqui, na entrada deste século XXI, falando sobre ele.
Não é impressionante a capacidade de alguém em ecoar séculos a fio ?
Algo de muito impressionante deve haver....
Para mim, este nome se traduz em uma palavra: Alquimia.


Um beijo grande !

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

O Fogo Físico e o Fogo Simbólico: contanto a História da Alquimia

Nossa viagem começa com o domínio do fogo, para muitos, o primeiro ato de magia do ser humano. Graças ao fogo, nossos ancestrais começaram a cozinhar o alimento e se aquecer nas noites frias de inverno, iluminar o céu, afastar animais e trazer iluminação para dentro das cavernas. Com o fogo, ele percebeu que poderia criar algo que não poderia tocar, mas que poderia usar. Com o fogo, ele começou a perceber que tinha poder e que poderia ter domínio.
Ninguém sabe ao certo quando o fogo foi descoberto, mas estima-se que há 1,4 milhão de anos. O uso tecnológico do fogo evoluiu ao longo da história de nossos antecessores, passando pelo uso do ferro, queima do barro, utilização de panelas e potes para cozinhar e fornos para fazer tijolos.
Por volta de 4000 aC, o fogo começou a ser usado para trabalhar metais. Inicialmente, os Sumérios derretiam cobre em fornalhas primitivas e o usavam para fabricação de armas.
A descoberta do ferro tirou os serem humanos da Idade da Pedra, transformou o Homo erectus e o Homo sapiens em Homo faber – O Homem que Faz. Seria esse um processo Alquímico em nível consciencial? Se considerarmos a pedra como a representação arquetípica da realidade absoluta e imóvel, acho que podemos dizer que sim.
Como diz Thom Cavalli, em seu livro “Psicologia Alquímica”, uma mitologia, uma psicologia e uma tecnologia primitiva do fogo se formaram em trono da importância que esse elemento tinha para a sobrevivência.
Neste sentido, a Idade do Ferro, marca o triunfo do homem sobre os reinos vegetal, animal e mineral – e o surgimento dos meios necessários para se fazer uma guerra. Lembre-se que o homem é o único animal que domina o fogo, os outros apenas o temem.
A descoberta do fogo na natureza não poderia ter acontecido, ao meu ver, se o homem não o tivesse descoberto em si, se o seu nível de consciência já não tivesse começado a mudar de alguma maneira, talvez percebendo-se como diferente dos demais.
E é muito interessante isso, porque o fogo, simbolicamente tem a ver com vaidade, orgulho. O fogo tem em si um aspecto dual, porque ele tanto pode unir dois elementos na fusão, como pode separar água da matéria. O fogo que o homem aprendeu a dominar fisicamente é o fogo do solve et coagula.
Neste sábado, um paciente estava me contando a visão das tribos indígenas sobre a Terra, a Água, o Fogo e o Ar no processo de desenvolvimento do guerreiro. Para algumas tribos, não se domina o Fogo, sem se ter passado pela Terra e pela Água primeiro, justamente porque estes dois apagam o Fogo quando necessário.
A Terra dá segurança e objetivo concreto, a Água motiva e o Fogo impulsiona a agir. Mas agir sem limites, é suicídio. Então aprende-se com a Terra, acalmando-se com a Água, desenvolvendo a sabedoria de quando usar cada um deles para, depois, impulsionar através do Fogo. Interessante e sábio, não é mesmo?
Em nossa história, o mesmo fogo que construía armas era o fogo que modelava os instrumentos da agricultura para nutrir o povo.
E como elemento de transformação, ele sempre foi essencial para qualquer trabalho alquímico.
Há quem diga que as raízes da Alquimia remota à Idade do Ferro, pois foi a descoberta do Ferro que precipitou a fabricação de armas para guerra e ferramentas para o dia-a-dia da vida cotidiana.
Através do Ferro e do Fogo, nossa consciência se tornou mais ativa, pois aprendemos a transformar árvores em casas, ferro em pontes, pedras em catedrais.
Nós nos transformamos em pessoas que poderiam transformar!
No próximo artigo, vamos falar sobre a Alquimia Egípcia.


Um beijo !

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Stress e DTM ? Respire, respire muito !!! É de graça !

Neste artigo, vamos falar sobre a correlação entre stress e DTM e sugerir a respiração como uma forma cientificamente comprovada de diminuição do stress e, portanto, como uma prática colaborativa para a amenização dos sintomas da DTM.
Boa leitura !

É sabido que atingimos um grande desenvolvimento científico e tecnológico, sendo o nosso trabalho agilizado por máquinas, robôs, softwares, plataformas, etc.
As informações, através de sistemas avançados de comunicação, alcançam grande parte das pessoas no planeta. Em 2016 a população do planeta Terra já passava com folga os 7 bilhões de habitantes, sendo que 40% com internet conectada 24 horas por dia, e os brasileiros ocupando o 4º lugar de usuários mais intensivos da rede, no mundo !
O acesso a informação nunca foi tão fácil.
No entanto, os avanços da ciência e da tecnologia não tem garantido em nada o aumento da felicidade. As grandes cidades estão superpopuladas, o desemprego e a insatisfação no trabalho aumentam, e as pessoas já não estão tão certas do que sentem, pensam ou querem. Os níveis de depressão estão aumentando e tende a se tornar uma das principais causas de afastamento do trabalho.
Enquanto seres humanos, não estamos evoluindo na mesma medida das nossas conquistas tecnológicas ou científicas.
A DTM ( Disfunção Temporomandibular ) surge com força como uma doença moderna de adaptação aos “tempos modernos”. Estima-se que 75% da população, com prevalência para as mulheres, já apresentou pelo menos um sinal de DTM e 33%, pelo menos um sintoma.
O estresse e as excessivas cargas de trabalho podem atuar como fatores de risco no desenvolvimento da DTM.
A correlação entre DTM, estresse e ansiedade está muito bem documentada na literatura cientifica, sendo que a ênfase em tratamentos multidisciplinares em vem sendo acentuada. A depressão entra aqui também em função do sofrimento físico ou emocional associados. Por vezes a dor chega a ser tão intensa que a pessoa não consegue nem mais identificar a causa da dor.
A correlação entre fatores biopsicossociais e a DTM parece lógica quando prestamos atenção ao fato de que a Articulação faz parte de um corpo que vive, sonha, interage e sente angustia, tristeza, alegria e raiva.
A não ser que a ATM tenha sofrido um trauma, não se pode excluir o fator stress da gama de fatores de risco da disfunção, portanto, o tratamento para amenização dos sintomas passa também e necessariamente pelo desenvolvimento de recursos para gerenciar o stress.
Para associarmos questões emocionais à dor, é importante entender que o nosso corpo sempre vive no agora, neste segundo. Nosso aparato biológico é programado para isso e, embora sejamos também capazes de recuperar as memórias do passado e nos anteciparmos ao futuro.
Não importa se vc está com o pensamento no que tem que fazer amanhã ou na saudade que sente o passado. Seu corpo viverá de acordo com isso, a partir do que é disparado em seu processamento mental, seus pensamentos, conscientes ou não.
Quando acreditamos que seremos agredidos e precisamos nos defender ( stress ), nosso organismo reage a isso preparando-se para lutar ou fugir. É inato, e faz parte de sermos mamíferos, de sermos animais. Temos um cérebro reptiliano por baixo da nossa massa cerebral moderna e “pensante”.
Quando antecipamos o futuro  e o trazemos para o momento do agora, o organismo passa a entender que é aquilo que está acontecendo e passa a responder a isso, disparando os sistemas de defesa e dor em pensamentos de um futuro ruim; nestes casos, teremos dor associada a um processo de ansiedade. Quando estamos num momento de crise, como o que vivemos agora, imagine o que pode acontecer com nossa saúde....
Da mesma forma, os eventos do passado: eventos traumáticos do passado deflagram crises de dor por este mecanismo. Aqui teremos dor associada a depressão.
Considerando que a diferença genética entre um gorila e o ser humano é de 1,6% , segundo publicação da revista Science, diga-me: como é que um gorila expressa comportamento agressivo? Ele usa a boca para mostrar os caninos, certo ?
Como nós expressamos? Cerramos os dentes. Tensionamos a musculatura do rosto, porque não podemos sair por aí abrindo a boca e mostrando os caninos, não é mesmo?
Quando estamos estressados, estamos com raiva, querendo jogar tudo para o ar, a cabeça está a mil, o humor está instável, o corpo está cansado, mas dizemos a nós mesmos: vc tem que ser mãe exemplar, vc tem que trabalhar, tem que ganhar dinheiro, tem que ser educado, uma série de “tens que” rotulados de normalidade, de adaptação social.
E a nossa espontaneidade, onde fica? Enclausurada em nossa couraça muscular civilizada. Diminuímos nossa respiração, nos intoxicamos com nosso próprio gás carbônico e aumentamos o nível de toxina em nossa musculatura, entrando num ciclo complicado de stress – dor – stress.
Por mais que vc não tenha domínio sobre tudo na sua vida, sobre uma coisa vc tem: a sua respiração! Sim! Use-a a seu favor, é de graça!
Se conseguir abrir bem a boca, faça isso: abra um bocão e inspire e expire pela boca durante um minuto. Vc se sentirá rapidamente mais vitalizado e relaxado. Não use o nariz nesta respiração.
Uma outra dica é: respire e concentre-se na respiração por pelo menos três minutos por dia. Não tem segredo. É só prestar atenção no ar que entra, no pulmão que infla e no ar que sai e no pulmão que esvazia.
A pratica concentrativa, prestar atenção de modo concentrado em algo, ativa a área do cérebro relacionada a escolha das estratégias comportamentais e libera beta-endorfinas, que são responsáveis pela diminuição da sensação de medo e dor, inibe o sistema noradrenérgico, responsável pelo stress e além disso, ativa regiões corticais relacionadas ao prazer e a felicidade, liberando neurohormônios relacionados a estes comportamentos, amenizando a percepção de dor.
Por tudo isso, respire, e muito de forma consciente sempre !!!!
Vc só precisará se disciplinar e entrar na rotina.
De graça, está em vc, o tempo todo e vai ajudar vc a ter pensamentos mais felizes !

Um beijo aéreo !

Salma

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

A DTM Sob o Ponto de Vista Emocional

Quando realizamos a pesquisa para entender como os florais Joel Aleixo poderiam contribuir para a amenizaçção dos sintomas de DTM ( e quiçá curar ), pudemos perceber que as pessoas que sofrem com DTM normalmente são sensíveis, nutrem forte expectativa em agradar o outro através da autoimposição de serem perfeitas, sendo tambémbastante exigentes, consigo e com os demais. 
O desafio, nada simples, está em lidar com estas características que tanto podem contribuir com a melhoria do mundo como podem prender qualquer ser humano em couraças de tensão e rigidez. 

Neste artigo, vamos falar sobre este tema e dar algumas dicas que talvez possam ajudar....

Aqui, vamos fazer uso da sabedoria do Eneagrama, ok ?
Vamos lá ?
As pessoas com características predominantemente perfeccionistas vivem comparando o que é com o que deveria ser, valorizando o que é excepcionalmente bem-feito. Espera de si mesmo e dos outros que sejam responsáveis e que correspondam aos seus altos padrões de exigência.
Tem na responsabilidade um valor muito importante e, em função disto, costumam encarar suas tarefas com diligência, demonstrando qualidades como a capacidade de ir até o fim, a pontualidade e a atenção aos detalhes. O ressentimento aparece quando ao seu ver as pessoas não atendem ao mesmo nível de exigência que o seu.
Sofrem porque há dentro de si, um juiz interior crítico e extremamente ativo, que pode ser incansável nas suas censuras acerca do que está errado, do que deveria ter dito e de como deveria ter se comportado. A voz interior de autocrítica, que normalmente está ativa 85% do tempo ou mais, tem um único propósito: impedir que a pessoa cometa erros. Esse juiz interior também avalia o que a pessoa fez de bom e o que pode ser feito para melhorar. Seja como for, nunca é o suficiente.
Como reflexo de sua atitude interior, apresenta a tendência de julgar os outros, expressando claramente as suas críticas seja em termos verbais ou por gestos corporais. 
Prazos e compromissos de entrega ocorrem naturalmente em sua mente. Demonstra habilidade em delinear claramente as tarefas, dedicando-se para que tudo seja realizado dentro do prazo, mesmo que para isso tenha que fazer horas extras.
Quando interage com alguém a quem não respeita ou cuja opinião acha equivocada, tende a irritar-se, mas... como é perfeccionista, demonstrar emoções como raiva e medo estão fora do seu rol de coisas permitidas, por isso, lança mão do autocontrole, tensionando a musculatura no processo, de forma quase inconsciente.
Normalmente cresceram com ambos os pais ou um deles com forte cunho de autoritarismo, forte nível de exigência em relação ao cumprimento de regras ou pouca interação emocional com maior foco na interação intelectual. Assim, a capacidade de reconhecer as emoções mais intensas e gerenciá-las de maneira saudável e não agressiva foi pouco estimulada durante as fases de desenvolvimento.
A expressão emocional da criança foi podada em muitas situações e agora a DTM vem para dizer isso: mantenha sua boca fechada!
Um dos desafios de quem sofre com a DTM é a reconexão com a raiva há muito escondida, repreendida e encapsulada no rosto e na região cervical.
Assim, o processo está em aprender a usar a raiva para se posicionar de maneira adequada diante do mundo, iniciando com o processo de grownding. Em linguagem alquímica: a Terra direciona o Fogo.
Mas a Água também tem um papel importante aqui para diminuir o Fogo excessivo. Assim, aprender a ser flexível, a mudar de posição, a entender que a verdade é mais importante que estar certo, faz parte dos desafios de quem busca curar-se da DTM.
Perdão e autoperdão são basilares e o Hoponopono é altamente recomendado no processo.
A conexão consciente com o corpo, através de práticas como biodança, yoga, dança de salão, por exemplo, são essenciais para diminuir o excesso de pensamento e ansiedade que caracterizam o indivíduo com DTM.
Na terapia alquímica, utilizamos as flores ricas em Terra e Agua para ajudar e sustentar o indivíduo neste processo, focando no desenvolvimento da autoconfiança em posicionar-se com assertividade diante do mundo.
Agora algumas dicas que vem da sabedoria do Eneagrama:
  • Desenvolva a visão de que tudo o que existe é, em essência correto e justo;
  • Ria mais de si mesmo, permita-se não se levar tão a sério em algumas situações;
  • Trabalhe com atividades lúdicas, que envolvam improviso;
  • Permita-se respirar como os bebês fazem: com a barriga toda, bem grandona...
  • Brinque com as crianças e siga a regra delas.


Bem... é isso, pessoal !

Um beijo grande !

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Escolha Escolher !

“Deus leva você de um sentimento a outro. E te ensina por meio de opostos para que tenha duas asas para voar. Não uma!
Rumi – citado no livro Psicologia Alquímica, Dr. Thom F. Cavalli

Alquimia vai muito além do clichê de transformar chumbo em ouro. É a Ciência do Espírito, como diz Joel Aleixo. E isso faz toda a diferença, porque, a partir deste olhar, reintegramos nossa percepção de mundo, ampliando-a. Eventos isolados, ganham contexto. O estômago conversa com o coração que conversa com nossos sentimentos que conversa com nossa imunidade que conversa com nosso amor próprio!
A imagem do Ouroborus é perfeita aqui, porque o ciclo de integração não tem fim e tenho certeza de que vc poderia dar continuidade à conversa acima, não poderia?
Uma das imagens de Ouroborus que mais fala comigo é esta, acessível no link : http://www.la-rose-bleue.org/Images/etudes_table_emeraude_Solve-Coagula.jpg

Sobre ela, poderíamos falar horas... em função da riqueza simbólica que carrega, mas gostaria de focar em um tema, que parece fazer sentido no momento atual: medo e desejo, enquanto forças que ora nos coagulam e fixam num lugar, ora nos solvem e nos expandem para o Universo.
Não é novidade que sempre que nos referimos a sentimentos nós nos referimos ao coração. Não é novidade também que o chakra cardíaco é o órgão energético responsável por nossa imunidade, por nosso amor próprio e por nossa capacidade de amar incondicionalmente.
Por esta perspectiva, o coração é mais do que o órgão que nos mantém vivemos. É um conceito dinâmico que abrange a existência inteira.
Quando estamos com medo e angústia, o coração aperta, não é mesmo? Quando estamos alegres, nosso coração se abre, o peito expande.
O medo vive no coração da força motriz do ego: é ele quem nos protege da onipotência e da arrogância e é a através dele que podemos nos tornar mais humildes, perceber limites.
O medo significa uma transição na consciência, da mente que desconhece a si mesma para a mente que inicia a longa jornada para a autoconsciência, porque delineamentos e limites passam a existir.
O medo tem na dúvida e é interessante pensarmos que, para desenvolver a dúvida, é preciso antes desenvolvermos um senso de nós mesmos. Não é a toa que somos atordoados por dúvidas em fases de transição da nossa vida. Transições são crise e crises são reinvenções de nós mesmos.
Para Descartes, o pai do dualismo, remodelou a dúvida transformando em base da prova científica de nossa existência consciente, porque “penso, logo existo”. A dúvida está ao nível do intelecto, elemento Ar que se expande completamente se não for direcionado pela Terra, e quando há Ar em excesso, quando há dúvida em excesso, nossos pensamentos não param simplesmente e entramos em ansiedade. O medo em demasia nos torna ansiosos, mas o medo aquém do necessário, nos coloca em pensamentos mágicos, onde o limite não existe. É só olhar para qualquer criança que vc terá a prova disso, não é mesmo?
O medo é um sentimento e está no coração. No coração, devem estar todos os quatro elementos combinados de maneira muito equilibrada. É o Sal Salinarius. É o coração que nos mantém centrados e conectados. Nosso coração nos faz ponderados e governa nossos pensamentos. E hj, as pesquisas do Heartmath Institute vem provando isso brilhantemente! Nosso coração manda em nossa cabeça e não o contrário !!!!
Na medida em que amadurecemos, passamos a perceber que, quando estamos em dúvida, a escolha certa é exatamente a escolha que fizemos, em outras palavras, o que torna a escolha certa é o fato de ter sido feita.
Enfrentando o medo de cometer um erro, podemos nos afirmar e então percebemos que temos a capacidade de escolher e decidir! Um sinal seguro de que estamos começando a confiar em nós mesmos!
Escolha escolher !
Um beijo grande !

Se quiser saber mais sobre o Heartmath Institute, clique em :https://www.heartmath.org/