quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Dor que fala... Dor que cala...

A Dor que Fala, a Dor que Cala...
“Dor.. que sensação é essa que me faz ninguém perante a vida, perante o mundo, perante o mensurável e o imensurável? Nesse instante não sou nada, não tenho nada. Sou o que puder curar. Sou o que a vida puder sanar. Sou um ai no ar.”*
A dor insiste em falar quando queremos que ela se cale e adormeça.
É algo que se impõe sobre nós de maneira inesperada e contra o controle de nossa vontade.
Aguda ou crônica, quente ou fria, pontual ou generalizada, em movimento ou repouso, não importa... é sempre uma experiência sensorial subjetiva, individual e desagradável.
Neste texto, vamos trabalhar sobre o significado simbólico da dor.
Vamos lá ?
Vamos começar utilizando termos um pouco mais formais para definirmos dor. Ela é considerada como supersistema neuro-endocrino-imuno-comportamental, onde encontramos a estrutura de um sistema tripartite composto por variáveis emocionais, cognitivas e sensoriais que estão envolvidas no processo.
Pressupõe sempre um substrato fisiológico, oriundo de um processo inflamatório de maior ou menor gravidade. É neste âmbito que a farmacologia procura intervir.
Mas pela própria definição de dor, já podemos inferir que uma abordagem unilateral terá poucas chances de ser bem-sucedida. Então, acredito que para o tratamento ou o gerenciamento de algo tão complexo como a Dor, temos que lançar mão da abordagem Integrativa da Medicina.
Segundo o Dr. Paulo Tarso de Lima, a Medicina Integrativa foca numa abordagem orientada para um sentido mais amplo de cura, que visa tratar a pessoa em seu todo: corpo, mente e espírito. Um dos princípios básicos é trazer o paciente como corresponsável por seu processo de cura, enfatizando a relação médico-paciente, vindo numa linha contrária do que percebemos em nossa prática cotidiana ao nos utilizarmos dos serviços médicos. Além disso, a Medicina Integrativa combina tratamentos convencionais e terapias complementares cuja a segurança e eficácia tenham sido cientificamente provadas.
Essa modalidade estabelece que a boa medicina é a que utiliza todos os tipos de terapias consagradas cientificamente, sejam elas oriundas da medicina convencional ou de sistemas médicos tradicionais. Ela visa abordar a pessoa em seu todo, incluindo os
aspectos do estilo de vida, enfatizando as relações terapêuticas entre o paciente e o médico.
Então aqui, abre-se portas para falarmos de Yoga, Meditação, Acupuntura, Florais, etc.
Mas, até em função da minha formação e do meu objetivo com este texto, quero abordar Dor sob um olhar simbólico. Então vou começar pelo significado psicológico da dor.
Então, vamos seguir...
Em termos psicológicos, a dor movimenta em nós a necessidade de amparo, como um grito de ajuda para algo que nem sempre conseguimos entender.
Sua mensagem é a da sensação de que algo está faltando, apertando, oprimindo, queimando, falhando... A dor parece ter um vocabulário próprio que, (...), no humano, multiplica-se em experiências, vivências e representações muitas vezes inefáveis.
Ela é absolutamente subjetiva e individual e, ao mesmo tempo, pertence a todos, porque universal. Neste sentido, a dor nos equaliza como indivíduos e como buscadores de conhecimento.  Não tem um domínio que lhe pertença, faz parte da sociologia, da psicologia, da medicina, da antropologia, do esporte, do acadêmico, do cotidiano, do cartesiano, do vibracional.
Seja como for, a dor é, para o nosso corpo, sempre uma resposta a uma ameaça e tem sempre uma história, um caminho percorrido que envolve uma manifestação fisiológica num corpo físico. Corpo, veja bem, que é muito mais do que uma coleção de órgãos e, acima de tudo, uma linda estrutura simbólica, a partir da qual aprendemos muito sobre nós mesmos.
“É importante destacar que não é um corpo que sente e vive a dor, mas um sujeito para quem ela se torna uma realidade concreta e, por vezes, implacável, que é perpassada por problemas cotidianos como as relações conjugais, familiares e de trabalho, as questões de gênero e trocas sociais”, nos diz a autora da tese sobre a qual baseio este texto.
Assim, é fundamental que o ser que vivencia a dor consiga dar um significado a ela, do contrário, subjetivamente, ela continuará parecendo como algo separado, estranho, alheio a nossa vontade, dotado de vida própria, como o “bicho-papão”, “o homem do saco” que nos assustam e roubam nossa segurança de estar no mundo.
Nosso corpo reflete diretamente nossa vivência sociocultural absorvendo seus símbolos, seus arquétipos, seus preconceitos, suas sombras, seus conceitos. Ora, se a dor é sentida no corpo, torna-se lógico que a dor virá carregada destes significados impressos e vivenciados no eixo indivíduo-sociedade.
Portanto, “a dor faz parte de um emaranhado de características vividas e produzidas por um grupo específico. A categoria da dor é uma representação coletiva que reverbera em uma consciência individual, inconscientemente reconstituída histórica e socialmente. Os indivíduos apreenderiam os significados culturais da dor antes mesmo de vivenciar toda e qualquer dor, como uma categoria implícita e inconsciente construída socialmente em um tempo e em um espaço específicos.”
A forma como vivenciamos a dor pode já ser modelada nos primórdios da vida intrauterina, já após a 22ª semana de vida, passando posteriormente, pelo que aprendemos com nossos pais em termos de representação, amparo e gerenciamento da dor até chegarmos em nosso atual crônico estado social de ansiedade.
A ansiedade é reconhecidamente um fator que contribui para o aumento da dor percebida.
E ainda podemos falar na “dor lancinante, dor de ver o tempo passar e dor da alma. A dor lancinante é a que aflige, provoca pontadas agudas, formigamento, tormenta. É a dor da separação, a recordação de um sofrimento, relacionada a uma situação de inconformismo, como algo que não se materializa, que se sonha e não se atinge. A dor da alma que expressa a complexidade da dor do sujeito, não pode ser diagnosticada, não pode ser dimensionada. Dor da alma implica sofrimento, é algo que não se pode tocar”
“A dor é sentida e dita aos pedaços, construída pela linguagem objetiva, por um jogo mímico, dismórfico, que tenta contar uma história. Uma trágica história. A dor é sentimento e ao mesmo tempo personagem. Descrevê-la ou ainda transcrevê-la torna-se tarefa injuriosa. A dor excita e perfura o aparelho psíquico e, quanto mais avassaladora, mais quebra as barreiras de contato, produzindo uma palavra já anteriormente inscrita no psiquismo. Dor e angústia são os antigos sentimentos de desconforto ou mal-estar que, de alguma forma, buscam representações psíquicas que reverberam, inicialmente, no corpo”.
Fato é que existe estreita relação entre dor, medo e a ansiedade decorrente dos processos subsequentes. É um modo de expressar nossos sentimentos não-reconhecidos aos outros. “Talvez se colocar minha dor no corpo e me paralisar de fato, quem sabe... serei ouvida e receberei afeto, o afeto que tanto preciso, porque me sinto só no mundo”.
É a dor do vazio de não se sentir olhado, acolhido. É a dor de não se perceber com recursos para se acolher a si. Ela nos remete a nossas experiências mais primitivas de desamparo, principalmente nos casos em que não se detecta lesão orgânica, não obstante, sensações corporais insistam em existir.
O meu corpo me representa e fala de mim, fala por mim. Lógico, meu corpo é o meu princípio de vida. Foi apenas a partir dele que passei a existir e por isso, conta a minha história vivida: “A agonia, a raiva, perturbação e o descontrole (...) são quase uma réplica empobrecida do que parece ter marcado a história e definido a identidade dessas usuárias ao nomear a dor”, nos diz a autora em sua tese.
E ela continua “Carvalho afirma que, na verdade, não há como estabelecer a diferença entre dor psíquica e somática, porque, quando a dor é sentida, é no corpo e com o corpo que ela se manifesta, constituindo a unidade com a psique. É uma dor, entendida como um sofrimento extremo de um tipo incompreensível, uma grande aflição”
Sentir dor é informar ao ego sobre a existência de um corpo onde afloram sensações e emoções com possibilidade de descrição. E é aqui que o jogo pode mudar!

Sua dor não existe à toa. Ela tem uma mensagem que precisa ser ouvida.
Um beijo grande.

O artigo de hj foi baseado na tese de Moraes, numa linguagem mais coloquial e, para quem quiser consultar o texto completo, segue o link abaixo:
http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/19901/1/2015_JosenaideEngraciadosSantos.pdf

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Resgatando a Intuição e a Autonomia Emocional

Oi pessoal, tudo bem ?
Vamos embarcar em mais um “autotrabalho” através do conto de fadas?
Estamos falando aqui de heroínas que se tornam mais fortes na medida em que enfrentam o que as aprisiona, amedronta, ameaça. Estamos falando aqui de heroínas que conseguiram abrir espaço para reconhecer suas sombras, sem, no entanto, sucumbir a elas. É um ato de coragem, sem dúvida, porque traz em si fortes mudanças, não só para o indivíduo em si, mas para todos aqueles que convivem com ele.
Neste sentido, a sombra sempre desafia o herói. Ela o instiga a se autossuperar. Ela nos tira da zona de conforto, parecendo para nós na figura de um vilão nos contos de fadas ou, em nossos sonhos.
Olhar para a sombra é um caminho sem volta rumo ao autodesenvolvimento, não apenas em termos individuais, mas também em termos coletivos.


Trabalhar os contos de fada nestes textos, através do livro “Mulheres que Correm com Lobos” tem esta intenção: ajudar vc a reconhecer e a enfrentar seus ritos de autossuperação através do enfrentamento da sombra sem sucumbir a ela, mas tirando dela a força contida em seu interior e integrando-a de forma saudável a sua estrutura de personalidade.
Hj vamos falar especialmente sobre o despertar da Intuição, este saber maravilhoso da qual nós mulheres somos as principais portadoras.
Clarissa começa o capítulo 3 do seu livro logo dizendo “A intuição é o tesouro da psique da mulher. Ela é como um instrumento de adivinhação, como um cristal através do qual se pode ver com uma visão interior excepcional. Ela é como uma velha sábia que está sempre com você...”
Na medida em que historicamente, o feminino foi sendo rebaixado a segundo plano e na medida em que a racionalidade lógica e cartesiana foi sendo valorizada, fomos perdendo o contato com este aspecto farejador de nós mesmos. Mas sinceramente, não vejo como poderemos ser mulheres fortes e posicionadas sem que despertemos e nos reconectemos a nossa Intuição.
“Jung uma vez observou que nada jamais se perde na psique”. Que notícia maravilhosa! Tudo o que achamos que perdemos de nós mesmas, na verdade, ainda faz parte de nós! No conto de Vasalisa, que Clarissa nos traz, temos a orientação das tarefas iniciatórias a serem cumpridas no despertar da Sábia Intuitiva.
A primeira tarefa é permitir a morte da mãe-boa-demais. Interessante.... É permitir a morte da parte condescendente e muito assustada de nós mesmas que nos mantém infantilizadas e eternas menininhas... a parte de nós que nos protege de forma excessiva, impedindo que possamos desenvolver a própria conscientização quanto ao perigo, às intrigas, aos jogos de poder com os quais convivemos e... lógico, conscientização de nossa força interior de nos posicionarmos no mundo. Esta é também a mãe superprotetora na qual nos tornamos, na pessoa insubstituível sem a qual os outros não vivem sem... Mas no fundo, sabemos que esta mulher-boa-demais está sempre ameaçada de morte e isto aparece em seus sonhos, sem dúvida.
A segunda tarefa é denunciar a natureza sombria, descobrir que a natureza boazinha só nos fará mais escravas dependentes de papéis e estereótipos que em nada tem a ver com nossa essência, e que teremos que resgatar força através do que jogamos na sombra e consideramos mal e agressivo. Aqui há uma tensão fundamental, um ponto de escolha: sermos nós mesmas e nos isolar dos outros ou sermos o desejo dos outros e nos isolarmos de nós mesmas?
É neste delicado momento que temos que enfrentar a Madrasta dos contos de fada, nossos elementos sombrios incutidos em nós através dos valores culturais caducos, estereotipados, vazios de espontaneidade e autenticidade. É a parte de nós que nos pressiona e nos diz que não sabemos fazer nada, que não servimos para nada e por isso precisamos nos submeter, concentrando nosso olhar em tudo o que é considerado imperfeito e inadequado para que não nos atentemos para a crueldade que há nestas palavras.
Queremos nos adequar a esta Madrasta e nos tornar escravas dela? Podemos ficar e servir para perpetuar algo morto e que nos mata aos poucos ou podemos avançar na floresta, nos arriscar para estruturar “uma nova vida baseada em conhecimentos interiores, mais antigos, mais sábios”.
Na terceira etapa, começamos a experimentar a sensibilidade intuitiva para deixar a mocinha frágil e ingênua morrer ainda mais dentro de nós, transferindo sua energia para nossa Sábia Intuitiva.
A mulher Intuitiva não nega a visão, ela explora e não tem medo de fazer perguntas, tornando-se astuta, fortalecendo os laços com a Sábia, emponderando-a com força e autoconfiança que chega as suas entranhas, dá-lhe segurança de agir, certeza do foco e caminhadas a passos largos.
De posse desta força, a próxima etapa é encarar a Megera Selvagem, aquela que renegamos, para podermos aprender a encarar um poder enorme nos outros e, lógico, nosso próprio poder. Esta parte do conto me lembra o Arquétipo da Bruxa, uma mulher diferente, feia, isolada, com profundos conhecimentos da Natureza e, exatamente por isso, muito poderosa, capaz de mobilizar recursos na direção de seus objetivos e fazê-los funcionar. É por esta Bruxa Arquetípica que temos que demonstrar respeito, é com ela que precisamos aprender a mobilizar recursos a partir de uma leitura profundamente honesta de si mesma, porém, muito longe de uma visão “boazinha demais” e vazia de si.
Clarissa nos diz que “A semelhança do termo selvagem, o termo bruxa veio a ser compreendido como um pejorativo, mas antigamente ele era uma designação dada às benzedeiras tanto jovens quanto velhas, sendo que a palavra witch ( bruxa em inglês ) deriva do termo wit, que significa sábio. Isso, antes que as religiões monoteístas suplantassem as antigas religiões da Mãe Selvagem. De qualquer maneira, porém a ogra, a bruxa, a natureza selvagem e quaisquer outras criaturas e aspectos que a cultura considera apavorantes nas psiques das mulheres são exatamente as bênçãos que elas mais precisam resgatar e trazer à superfície”. Não é à toa que vilãs exercem forte magnetismo sobre nós...
Não apenas os homens, mas nós mesmas temos medo deste poder em nós. As forças femininas nos causam espanto e, lógico, nós as empurramos para nossa sombra, esperando, ingenuamente, que nunca nos incomodem... ah...não poderíamos estar mais enganadas... Nosso Inconsciente não se deixa enganar tão facilmente e várias criaturas em nossos sonhos irão nos fazer recordar de nossa força enigmática.
Na quinta tarefa, então, reconhecemos nosso poder, nosso poder, nossa resiliência. Ao assumir nossa capacidade, então nos percebemos imediatamente capazes de separar, consertar e renovar, manter o ambiente psíquico organizado para que possa completar suas ideias e projetos, ser produtiva. Espaço para contemplar, dançar, pintar, meditar, mergulhar em si mesma e se autotransformar. Abrir espaços livres para que possa arder com paixão, palavras, ideias realizadoras e profundas de significado. Preparar novos rumos, dar novos significados, planejar, fomentar...
“Limpar nosso pensamento, renovar nossos valores com regularidade, eliminar da nossa psique as insignificâncias, varrê-las, purificar nossos estados de pensamento e sentimento com regularidade. Acender a fogueira criativa e cozinhar ( maturar ) ideias num ritmo sistemático e especialmente cozinhar ( maturar ) muito para alimentar o relacionamento entre nós mesmos e a natureza selvagem“...
É... um trabalho bem exigente... e bem diferente daquele da menininha-boa-demais... mas é através deste trabalho profundo que aprendemos a não nos “intimidar diante da escala do grande, do poderoso, do cíclico, do imprevisto, do inesperado, do vasto e do imenso”.

Então, diga-me... O que vc quer ?

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Saturno e a Nossa Autorresponsabilidade

Saturno, o lindo, complexo e enigmático Senhor dos Anéis...
Em 2017, entramos no ciclo de Saturno, num enorme ciclo de 35 anos, sob a influência de um planeta dinâmico, com tempestades, ventos de 1000 km/hora, luas, anéis brilhantes, uma linda formação hexagonal em um dos seus pólos e um enorme vórtex  vertiginoso no outro.

Saturno é imponente por seu tamanho e fascina a humanidade desde os Assírios, 700 anos a.C. aproximadamente. Os Gregos lhe deram o nome de Cronos, o Deus da Colheita, Saturno para os Romanos, homenageado na língua inglesa através do vocábulo  Saturday.
Um gigante gasoso 700 vezes maior que a Terra, levando 29 anos e meio para dar uma volta completa em torno do Sol, os famosos retornos de Saturno para os Astrólogos e Alquimistas.
Seus anéis são imensos, brilhantes e incrivelmente finos, parecendo discos perfeitos, formados por incontáveis corpos gelados feitos de água, circulando o planeta a uma velocidade mínima de 30.000 km/hora!!! Vc consegue imaginar isso? Quando entramos num carro e vamos a 100 km/hora já começamos a sentir como veloz, imagine a 30.000 km/hora ....
Por enquanto, sete anéis foram identificados... interessante, não é mesmo? O que este número te lembra? 
Seus anéis cintilam mais que a Lua, em seu estado cheio!
Saturno, já misterioso, ganhou um caráter mais misterioso ainda para os Astrônomos quando se descobriu um hexágono em um dos seus pólos, que permanece como um corpo fixo, tendo dentro de si uma pequena nuvem que o circula e ninguém sabe do que é! Não se dilui, pelo menos não até agora!
Por outro lado, vc sabe o que caracteriza toda a matéria orgânica, em termos químicos ? o fato de serem compostas por átomos de Carbono.
E vc sabe como é representada a molécula de Carbono ?
Por um hexágono !!! 
Não é linda essa analogia entre o hexágono de Saturno e os hexágonos que temos em nós ?
E quer saber o que os astrônomos imaginam ? Que são as suas luas que organizam toda a ação...
Então, me diga, qual o símbolo astrológico de Saturno? Uma cruz com uma Lua, não é mesmo? 
Compostos orgânicos são criados em Titã, uma das luas de Saturno, a partir da interação com o Sol, que podem fornecer energia para um novo tipo de vida... A Lua interagindo com o Sol e criando vida ! em linguagem simbólica: masculino e feminino em interação criando vida.
Isso me lembra a linda frase de Hermes: “Assim em cima como em baixo para os milagres de uma só coisa”.
Em termos Astrológicos, Saturno é o dono da Casa 10 no Mapa. A casa 10, em termos de Astrologia Alquímica mais especificamente, rege o chakra Coronário, aquele que fica no topo de nossa cabeça. Mas... para nós mulheres e apenas para nós mulheres, acima do Coronário, está a Matrix, nosso grande órgão energético de criação e conexão com Gaia. Já falamos sobre isso em um dos nossos artigos. 
Caso queira acessar, o link é este aqui: O Poder Criativo da Mulher em Sua Matrix
Então, pensando em termos simbólicos, Saturno, o Deus do Tempo, rege todo o nosso processo encarnatório, podendo,quem sabe... ser um grande portal cósmico para isso.
Como grande Chronos, em termos mitológicos, ele rege nosso tempo e o que estamos fazendo com o tempo que nos foi dado. Em termos individuais e em termos coletivos, ele nos lembra disso a cada ciclo de 28 a 35 anos, e isso pode vir através de crises ou grandes processos de mudança de vida.
E então, chegamos ao ciclo atual: O ciclo de Saturno, aberto em 2017. Não estamos apenas num ano regido por Saturno. Estamos no ciclo de 35 anos que pertencem a ele. E, para vc ter idéia da sua força, saiba, na última vez em que isto aconteceu, em termos de história ocidental, tivemos a Revolução Francesa com impactos irreversíveis sobre a estrutura social, econômica e política do mundo Europeu da época com a emblemática Queda da Bastilha, e, no continente Americano, tivemos a Independência dos E.U.A., e, em termos tecnológicos, a Revolução Industrial, que alterou todo o sistema produtivo e começou a acelerar a vida.
A leitura feita pela Astrologia Alquímica foca em seu grande interesse em devolver o Ser Humano para si mesmo. A bem da verdade, toda a Alquimia aplicada a saúde tem este enfoque.
É com este o enfoque com que a crise atual pode ser vista: como um grande momento de desorientação e quebra de paradigma para que algo novo possa ser construído no lugar. Um momento muito parecido com o que nos traz carta da Torre, do Tarot, onde falsas estruturas são completamente desmanteladas e caímos de nossos falsos paradigmas de segurança e certeza.
A partir de Dezembro de 2017, este aspecto será ainda mais enfatizado, já que Saturno volta para a sua própria casa. Então, preste atenção ao que vc vem fazendo e pretende fazer com o seu tempo, incluindo seu tempo emocional ! Em que momento da sua vida vc está vivendo ? Seu corpo reflete isso, pq para ele é sempre presente. Em que tempo está o seu coração ?
Pense no Tempo futuro... o que vc quer do tempo em que está aqui? Como vc quer viver ? De que forma vc quer estruturar o seu dia... Vc já parou para pensar que para tudo há um fim ? quando vc for embora desta Terra, o que vc irá deixar para trás ?

Saturno sempre nos chama para a Autorresponsabilidade, no sentido de nos percebermos Adultos que sabem cuidar de si mesmos, de suas feridas, de suas mágoas, de suas necessidades, ao invés de sempre ficarmos enfatizando as sombras de nossos pais e mães que introjetamos em nossa estrutura de personalidade. Saturno nos chama a sermos Adultos que assumem para si a responsabilidade de cuidar de nossa Criança Ferida. A honestidade consigo mesmo e a conjugação da vida em primeira pessoa são aspectos fundamentais para isso.
O que está mal resolvido e mal trabalho precisa ser revisto. Estamos sendo chamados, impelidos, a isso. As técnicas são várias... Reiki, meditação dos corações gêmeos, EFT, florais, H´oponopono, psicoterapia clássica, psicoterapia energética, o quartzo melancia para liberação de mágoas...Até mesmo, os textos colocados aqui...
Há uma imensidão de possibilidades para todas as pessoas que procuram trabalhos de autoconhecimento e o autodesenvolvimento. Escolha a que melhor fizer sentido para vc, mas faça com a intenção de crescer, perdoar, liberar mágoas, raivas e rancores. Porque é isso que está novamente sendo cobrado de cada um de nós, na atualidade.
Eu até arrisco a dizer que é a condição de sermos prósperos...
Sim.. eu sei... Temos, todos temos, uma lista enorme de coisas a serem resolvidas. A lista parece infinita até. Mas não desista de si mesmo Trabalhe cada uma delas. Vc será abençoado se o fizer e saiba, como disse Nilton Shutz, “ninguém, e isso é uma regra de evolução de todos os Dirigentes da Humanidade, nenhuma experiência é dada ao ser humano em que ele não seja capaz de se superar. Isso não é permitido! Segundo a Grande Lei, vc tem condição de levantar”.
Talvez acreditem mais em nós do que nós mesmos, não é?

Um beijo grande !