Em junho de 17, foi lançado
no Brasil o filme “Mulher Maravilha”. Eu o assisti junto com minha filha e,
sinceramente, adorei! Lembro-me também de que, quando era menor, acho que tinha
cerca de dez anos na época, eu adorava assistir ao seriado... nossa... como eu
me vi neste arquétipo, da mulher com super-poderes, princípios inabaláveis e um
senso incrível de respeito aos próprios valores. Assistir a esse filme me fez
pensar o quando não tento ser, na minha vida cotidiana, a Mulher Maravilha... e
o quanto me empurro para isso em função das escolhas que faço.
A primeira história da
personagem Mulher Maravilha nos quadrinhos foi publicada na revista All Star
Comics #8, em dezembro de 1941, nos Estados Unidos. E desde então, tem sido
importante ícone pop do sexo feminino. A história conta a vida de Diana Prince,
princesa e embaixadora das amazonas da Ilha Paraíso e filha da rainha das
amazonas, Hipótita. Foi mandada ao “mundo dos homens” para propagar a paz,
sendo a defensora da verdade, do amor e da igualdade entre os gêneros.
É muito intrigante o fato
de terem lançado a história de uma heroína feminina no auge da 2ª Grande Guerra,
num momento em que as mulheres precisavam ir para as fábricas e dar conta da
produção industrial de armamentos de guerra.
É incrível como interesses
econômicos habilmente engendrados na cultura e validados através da família e da
escola são capazes de direcionar de maneira tão hábil a construção do que se
chama papel da mulher e papel do homem. É incrível perceber o quanto nos
deixamos ser criados de fora para dentro, sem se quer nos questionarmos se
aquilo faz sentido ou não em relação à nossa essência, em relação ao nosso Self
mais verdadeiro.
Não é à toa que pesquisas
científicas recentes sobre bem-estar e felicidade revelam: nos últimos 40 anos
as mulheres estão mais infelizes, ansiosas e estressadas. Tal fato constitui
paradoxo tendo em vista as mulheres terem conquistado melhores oportunidades,
maior reconhecimento profissional, influência e poder financeiro.
O novo cenário da mulher
contemporânea permite ela exercer, praticamente, qualquer profissão e com isso
as possibilidades são amplas. Na vontade de fazer tudo, e com perfeição, passamos
a atuar no limite das próprias capacidades na realização de múltiplos papéis
(profissional, esposa, mãe, entre outros).
De acordo com a ONU em 2015,
globalmente, as mulheres estavam dedicando até 3 horas por dia a mais de
trabalho doméstico em relação aos homens e gastando até 10 vezes mais a
quantidade de tempo do dia cuidando da família, incluindo os cuidados com as crianças,
os idosos e enfermos. Além disso, em média, as mulheres empregadas estavam ganhando
10 a 30% a menos em comparação com os homens para desempenhar as mesmas
tarefas.
Essa cultura do overwork não é mais sustentável para os
seres humanos e sociedade, em função do estresse causado pelo overbusyness, overworking, e a forma abusiva
com que nos conectamos nas mídias sociais.
A obesidade e a depressão
crescem a níveis alarmantes e acho que isso não é novidade para ninguém!
A maioria de nós segue a
seguinte fórmula ensinada pela família e sociedade: “se você se empenhar, terá
sucesso e quando tiver sucesso será feliz”. Com isso, tendemos a pensar: “se
pelo menos eu conseguisse aquele aumento ou aquela promoção finalmente seria feliz”;
“se pelo menos tirasse mais uma boa nota seria feliz”; “se pelo menos perdesse
mais cinco quilos finalmente seria feliz”. Onde você acha que vai dar esse tipo
de pensamento, onde a felicidade tá sempre fora de nós, um passo a frente???
Gente, felicidade é um processo bioquímico dentro do seu cérebro!! O seu
cérebro é o maior laboratório farmacológico que existe! Sua sensação de
felicidade está dentro da sua caixa craniana!!! O que vc acha que
antidepressivo faz?
Mas não nos atentamos para
isso, ao contrário! Vivemos perdidas em pensamentos do tipo “eu serei feliz
quando me casar com a pessoa certa”; “não poderei ser feliz se meu
relacionamento terminar; eu serei feliz quando tiver filhos”; “não poderei ser
feliz se não tiver um parceiro”; “eu serei feliz quando encontrar o emprego
certo”; “eu serei feliz quando for rica”. Se os mitos da felicidade estiverem
controlando nossas reações, as chances das escolhas erradas, das decisões
equivocadas e da eterna sensação de vazio se ampliam, lógico!
Como podemos inverter essa
dinâmica? Aí vão algumas dicas:
·
Ajude sem esperar nada em troca: ajudar o outro nos dá uma nova
referência a respeito dos nossos próprios problemas e normalmente faz com que
pareçam pequenos.
·
Jogue fora bagulhos físicos ou energéticos que não servem mais.
Tenha coragem para desprender-se do que é fardo.
·
Entenda que a sua profissão atual pode constituir um meio de
sobrevivência mas não precisa ser a sua programação existencial. Vc não é o seu
cargo, vc está nele. A condição é temporal.
·
Adote posturas autênticas, coerentes, assistenciais e evolutivas.
Respeite quem vc é!
·
Amplie seu nível de autoconhecimento. Perceba-se! Sinta se corpo!
·
Tenha coragem e a confiança em si mesma para enfrentar as crises
de crescimento, porque tenha certeza, elas virão!
·
Aprenda a ter gratidão e elogie-se! Aprenda a reconhecer as
conquistas evolutivas pessoais resultantes das autorreciclagens empregando a
gratidão na condição de importante ferramenta para a geração de emoções positivas.
·
Lembre-se de que o equilíbrio é dinâmico! E, portanto, intercala
com desequilíbrios !
·
Aprenda a identificar os autoassédios e as intrusões.
·
Planeje metas para crescer e evoluir.
·
Esteja consciente da sua intenção pois é ela quem direciona a sua
energia.
·
Renove seus hábitos e aprenda a eliminar hábitos inúteis e
nocivos; realizar exercícios físicos; manter alimentação saudável; selecionar
as companhias.
·
Tenha uma rotina útil e aprenda a criar e aplicar agenda semanal
objetivando o alcance gradual das metas pré-estabelecidas no planejamento
evolutivo pessoal.
·
Mantenha-se atenta às sincronicidades capazes de apontar e
ratificar o seu caminho
Lembre-se de que a vontade,
a intenção e a autorganização são pilares importantes no processo de autossuperação
são a chave para nortear suas escolhas.
E vamos deixar a fantasia para a nossa criança se divertir sob a coordenação da Mulher que está inteira em si, ok ?
Um beijo grande !