quinta-feira, 29 de junho de 2017

Nossa Síndrome de Mulher Maravilha...

Em junho de 17, foi lançado no Brasil o filme “Mulher Maravilha”. Eu o assisti junto com minha filha e, sinceramente, adorei! Lembro-me também de que, quando era menor, acho que tinha cerca de dez anos na época, eu adorava assistir ao seriado... nossa... como eu me vi neste arquétipo, da mulher com super-poderes, princípios inabaláveis e um senso incrível de respeito aos próprios valores. Assistir a esse filme me fez pensar o quando não tento ser, na minha vida cotidiana, a Mulher Maravilha... e o quanto me empurro para isso em função das escolhas que faço.


A primeira história da personagem Mulher Maravilha nos quadrinhos foi publicada na revista All Star Comics #8, em dezembro de 1941, nos Estados Unidos. E desde então, tem sido importante ícone pop do sexo feminino. A história conta a vida de Diana Prince, princesa e embaixadora das amazonas da Ilha Paraíso e filha da rainha das amazonas, Hipótita. Foi mandada ao “mundo dos homens” para propagar a paz, sendo a defensora da verdade, do amor e da igualdade entre os gêneros.
É muito intrigante o fato de terem lançado a história de uma heroína feminina no auge da 2ª Grande Guerra, num momento em que as mulheres precisavam ir para as fábricas e dar conta da produção industrial de armamentos de guerra.
É incrível como interesses econômicos habilmente engendrados na cultura e validados através da família e da escola são capazes de direcionar de maneira tão hábil a construção do que se chama papel da mulher e papel do homem. É incrível perceber o quanto nos deixamos ser criados de fora para dentro, sem se quer nos questionarmos se aquilo faz sentido ou não em relação à nossa essência, em relação ao nosso Self mais verdadeiro.
Não é à toa que pesquisas científicas recentes sobre bem-estar e felicidade revelam: nos últimos 40 anos as mulheres estão mais infelizes, ansiosas e estressadas. Tal fato constitui paradoxo tendo em vista as mulheres terem conquistado melhores oportunidades, maior reconhecimento profissional, influência e poder financeiro.
O novo cenário da mulher contemporânea permite ela exercer, praticamente, qualquer profissão e com isso as possibilidades são amplas. Na vontade de fazer tudo, e com perfeição, passamos a atuar no limite das próprias capacidades na realização de múltiplos papéis (profissional, esposa, mãe, entre outros).
De acordo com a ONU em 2015, globalmente, as mulheres estavam dedicando até 3 horas por dia a mais de trabalho doméstico em relação aos homens e gastando até 10 vezes mais a quantidade de tempo do dia cuidando da família, incluindo os cuidados com as crianças, os idosos e enfermos. Além disso, em média, as mulheres empregadas estavam ganhando 10 a 30% a menos em comparação com os homens para desempenhar as mesmas tarefas.
Essa cultura do overwork não é mais sustentável para os seres humanos e sociedade, em função do estresse causado pelo overbusyness, overworking, e a forma abusiva com que nos conectamos nas mídias sociais.
A obesidade e a depressão crescem a níveis alarmantes e acho que isso não é novidade para ninguém!
A maioria de nós segue a seguinte fórmula ensinada pela família e sociedade: “se você se empenhar, terá sucesso e quando tiver sucesso será feliz”. Com isso, tendemos a pensar: “se pelo menos eu conseguisse aquele aumento ou aquela promoção finalmente seria feliz”; “se pelo menos tirasse mais uma boa nota seria feliz”; “se pelo menos perdesse mais cinco quilos finalmente seria feliz”. Onde você acha que vai dar esse tipo de pensamento, onde a felicidade tá sempre fora de nós, um passo a frente??? Gente, felicidade é um processo bioquímico dentro do seu cérebro!! O seu cérebro é o maior laboratório farmacológico que existe! Sua sensação de felicidade está dentro da sua caixa craniana!!! O que vc acha que antidepressivo faz?
Mas não nos atentamos para isso, ao contrário! Vivemos perdidas em pensamentos do tipo “eu serei feliz quando me casar com a pessoa certa”; “não poderei ser feliz se meu relacionamento terminar; eu serei feliz quando tiver filhos”; “não poderei ser feliz se não tiver um parceiro”; “eu serei feliz quando encontrar o emprego certo”; “eu serei feliz quando for rica”. Se os mitos da felicidade estiverem controlando nossas reações, as chances das escolhas erradas, das decisões equivocadas e da eterna sensação de vazio se ampliam, lógico!
Como podemos inverter essa dinâmica? Aí vão algumas dicas:
·         Ajude sem esperar nada em troca: ajudar o outro nos dá uma nova referência a respeito dos nossos próprios problemas e normalmente faz com que pareçam pequenos.
·         Jogue fora bagulhos físicos ou energéticos que não servem mais. Tenha coragem para desprender-se do que é fardo.
·         Entenda que a sua profissão atual pode constituir um meio de sobrevivência mas não precisa ser a sua programação existencial. Vc não é o seu cargo, vc está nele. A condição é temporal.
·         Adote posturas autênticas, coerentes, assistenciais e evolutivas. Respeite quem vc é!
·         Amplie seu nível de autoconhecimento. Perceba-se! Sinta se corpo!
·         Tenha coragem e a confiança em si mesma para enfrentar as crises de crescimento, porque tenha certeza, elas virão!
·         Aprenda a ter gratidão e elogie-se! Aprenda a reconhecer as conquistas evolutivas pessoais resultantes das autorreciclagens empregando a gratidão na condição de importante ferramenta para a geração de emoções positivas.
·         Lembre-se de que o equilíbrio é dinâmico! E, portanto, intercala com desequilíbrios !
·         Aprenda a identificar os autoassédios e as intrusões.
·         Planeje metas para crescer e evoluir.
·         Esteja consciente da sua intenção pois é ela quem direciona a sua energia.
·         Renove seus hábitos e aprenda a eliminar hábitos inúteis e nocivos; realizar exercícios físicos; manter alimentação saudável; selecionar as companhias.
·         Tenha uma rotina útil e aprenda a criar e aplicar agenda semanal objetivando o alcance gradual das metas pré-estabelecidas no planejamento evolutivo pessoal.
·         Mantenha-se atenta às sincronicidades capazes de apontar e ratificar o seu caminho
Lembre-se de que a vontade, a intenção e a autorganização são pilares importantes no processo de autossuperação são a chave para nortear suas escolhas.
E vamos deixar a fantasia para a nossa criança se divertir sob a coordenação da Mulher que está inteira em si, ok ?
Um beijo grande !


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