domingo, 29 de julho de 2018

Astrologia: mais do que Horóscopo, uma visão aprofundada de si


Vamos iniciar com o básico: a definição de termos.
ASTROLOGIA. (filosof.) ou a “Ciência dos astros”, é o estudo da suposta influência das estrelas e dos planetas sobre os habitantes da Terra, considerando que as estrelas e os planetas atuam como mar­­­cadores do Relógio Cósmico, definindo, assim, a evo­lução das épocas.
A Astrologia tem seus ramos de especialidade, conforme a ênfase de estudo:
·       MUNDIAL. Estudo das influências cósmicas sobre os movimentos sociais e culturais planetários.
·         SIMBÓLICA. A Astrologia pitagórica ou platônica que vê as energias astrais como simbólicas e subjetivas, priorizando a ideia do “planeta interior”. E aqui podemos incluir a “Astrologia Psicológica”.
·         ESOTÉRICA. Rama da Astrologia que prevê o estudo dos ciclos espirituais do ser humano e dos iniciados em especial.
·         PROFUNDA. Doutrina do tempo como elemento cultural, abrangendo as ramas espiritual ou esotérica, a social e a mundial.
A Astrologia tem para mim um significado simbólico profundo que vejo como organizador do processo de autoconhecimento e autogerenciamento. E para este conceito empírico, apoio-me em um dos grandes influenciadores da Astrologia atual, Dane Rudhyar que escreveu:
“A Astrologia se baseia numa dessas compreensões intuitivas identificando ‘ordem’ e ‘os movimentos dos astros’. (... ) O homem observou que havia uma regularidade notável entre os movimentos do Sol, da Lua, das estrelas. Então, o fator psicológico interno e a percepção externa aparecem de algum modo como idênticos. Um tornou-se símbolo da outra.”
“O trabalho fundamental da astrologia (...) é revelar a ‘harmonia das esferas’ em qualquer nível que a consciência humana esteja centrada. É carregar o símbolo de Ordem onde quer que o homem encontre caos. Em terminologia moderna, é a álgebra da vida”.


Este conceito nos leva ao próximo: Astrosofia.
ASTROSOFIA. (astrol.) A “Sabedoria dos astros”, o mesmo que ASTROLOGIA SIMBÓLICA, enquanto alusão simbólica aos ciclos humanos de diferentes dimensões e grandezas, empregando os ciclos astrais como analogias de linguagem dos ciclos humanos.
A premissa hermética “assim como é em cima é em baixo” (e vice-versa), trata meramente desta analogia que, de resto, pode haver sido “fabricada” ou organizada pelos estudiosos dos ciclos celestes.
Então, quando olhamos para o Mapa Astral a partir das premissas da Astrologia simbólica estamos buscando transformar a sensação de caos interior em algo organizado, inteligível e até certo ponto administrável.
Estamos buscando controle sobre nossa psique.
E o interessante é que esta ânsia parece coincidir com o entendimento, segundo estudiosos de Astrosofia, que “o mundo vive atualmente um momento mui­to especial, por se tratar do único em que todos os ciclos terminam jun­­tos para re­co­me­çar. (... ) Assim, todas as energias estão hoje em franca renova­ção, razão pela qual o mundo inteiro está sendo abalado desde os seus alicerces.”
Em termos de vida prática, se nos permitirmos, os ciclos sazonais nos colocam em contato direto com este lindo relógio cósmico, possibilitando a reorganização interna a partir da movimentação de nossas energias psíquicas.
Saber como conectar-se a este ciclo cósmico no qual Gaia está inserida e, obviamente, nós dentro dela, utilizando sua ênfase para nossas reciclagens internas é agir com sabedoria e fluência. A conexão do biorritmo individual ao biorritmo de Gaia é algo bem demonstrado pelas ciências atuais como premissa para uma vida organicamente mais saudável.
Citando o filósofo grego Hesíodo: “quando os homens têm a conduta certa, suas cidades florescem e não existem guerras ou fome, pois a Terra traz abundância e felicidade a todos”.
O sagrado precisa ser recuperado como parte de nosso cotidiano, acredito que só assim, sairemos desse vazio infértil e pesado no qual entramos.
E não é tão difícil assim. Se assumirmos e respeitarmos nossos ciclos biológicos, compreendendo nossas mudanças assim como as mudanças de Gaia, através de seus solstícios e equinócios, além das fases lunares e suas celebrações, já estaremos dando um enorme passo e nos integrando para que a evolução possa continuar ocorrendo em nossas vidas e em nosso Planeta.
Jung (1993) nos ensina que : 
“O próprio Deus não pode prosperar numa humanidade que sofre de fome espiritual. A esta fome reage a psique da mulher, pois é função do Euros unir o que o Logos separa. A mulher de hoje está diante de uma enorme tarefa cultural que significa o começo da nova era”.
Interessante que o povo celta utilizava a linguagem cósmica em suas festividades, talvez numa forma intuitiva, talvez em função da profunda conexão com as sensações em seus corpos físicos, talvez em função da profunda dependência dos ciclos da natureza para organizar seu dia-a-dia.
Veja a beleza da coisa.
Para os Celtas havia quatro grandes festivais: Samhain –que é o Ano Novo celta-, Imbolc, Beltane e Lughnassad ( Lammas ), comemorados em Novembro, Fevereiro, Maio e Agosto, momentos em que o Sol entrava nos Signos de Escorpião, Aquário, Touro e Leão, respectivamente.
Estes quatro signos trazem em si o fato de serem considerados fixos, há uma experiência que foi aprendida anteriormente e que agora devem ser integradas a nossa estrutura de personalidade. Falamos de aprendizagem e crescimento, correto. Estes festivais marcavam, portanto, momentos de interação e assimilação da simbologia carregada através destes “temperar” da vida.
Em Escorpião integramos a Água, o magnetismo das emoções bem resolvidas. O sol entra em Escorpião em Novembro. Samhain significa “sem luz” e é o período em que ficamos na escuridão, mergulhamos para dentro de nós mesmos e separamos o que é essencial e profundo. Há o corte de tudo o que não corresponde a nossa Essência. É a crise emocional que nos joga na transformação obrigatória de nós mesmos.
Em Aquário integramos o Ar, o saber elaborado de uma filosofia de vida que nos integra a algo maior. Nossos ideais de vida ganham força renovada e o Ar movimenta as águas profundas de Escorpião, emergimos das profundezas, com um senso ampliado a respeito de quem somos. Saímos da noite escura da Alma.
Em Touro, integramos a Terra, a estabilização, a estruturação de tudo o que queremos reter em nossas vidas. A Sensorialidade e o prazer estão em alta, sentimos um certo alívio e escolhemos curtir o prazer, o curto prazo, o aqui e o agora sem grandes pretensões.
Em Leão, integramos o Fogo, a motivação, o brilho, a autoestima, o valor de si e a confiança afinal já nos transformamos, entendemos o que é a dor profunda, já descobrimos nosso lugar no mundo e descobrimos o prazer. Mas não se engane, a engrenagem cósmica não para e o Universo nunca está no mesmo lugar! NUNCA! Novos desafios serão exigidos de nós... então, o fogo leonino do amor-próprio precisará ser usado também como fonte de luz para passarmos por um novo ciclo de transformação e renascimento.
O Sol agora está passando no lugar onde o seu signo de Leão está. E o encher-se de brilho interno, pensamentos de amor próprio é o desafio do momento em relação aos processos de autodesenvolvimento. Lembre-se disso: estamos num ciclo de Júpiter regidos por um ciclo maior de Saturno. Já falamos sobre isso anteriormente (clique aqui: O Fluir Responsável com a Vida ).
Assim, mais do que um processo divinatório e superficial que tira de nós a responsabilidade sobre nossas próprias vidas, olhe com profundidade para o seu Mapa, com respeito a toda obra da Natureza que estava configurada no momento da sua primeira respiração.
Ele te joga para algum lugar que vai além de vc mesma e que, simultaneamente, conecta vc ao que há de mais profundo na sua vida: vc mesma!
Beijos !



Referências consultadas:
Link: http://revistaorion.blogspot.com/2017/03/blog-post.html
Tese de Doutorado: "Astrologia e Personalidade", defendida no Instituto de Psicologia da USP por Paulo Roberto Grangeiro Rodrigues
Anotações de Aula: Astrologia Avançada - Nilton Schutz

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