sexta-feira, 21 de julho de 2017

Interpretando os sonhos com o predador psíquico

Olá pessoal, tudo bem ?
Acredito que esse seja um tema legal para trazer para vocês: interpretação de sonhos.
Durante esta semana, baseados no livro de Clarissa Estés, falamos sobre a relação entre nós, mulheres, e nosso predador psíquico que nos prende e nos amortece, num nível simbólico ou concreto. Hj, dando continuidade a este tema, vamos falar sobre como ele aparece em nossos sonhos e como poderemos analisa-los.
Vamos lá ?
Mas, antes para começar, para quem quiser ter acesso ao artigo anterior, segue aqui o link:


Sonhar com o “predador psíquico”, enquanto sonho arquetípico, é universal a nós. Nestes sonhos normalmente temos uma figura masculina que nos aterroriza terrivelmente, ameaçando nossa segurança de uma maneira tão intensa que chegamos a ter inclusive contraparte física deste sonho: respiração ofegante, suor, gritos, elevação dos batimentos cardíacos. Em Alquimia, diríamos que este é um surto Salino, já que envolve todo o corpo, a partir do sistema cardio-respiratório e elevação dos níveis de adrenalina na corrente sanguínea.
Clarissa Estés nos diz que “muitas vezes, por exemplo, esse tipo de sonho é um indicador confiável de que a consciência de uma mulher, como no caso de uma mulher muito jovem, está começando a perceber a existência do predador psíquico inato. Em outros casos, o sonho é um arauto: a mulher que sonha acabou de descobrir ou está a ponto de descobrir e de começar a liberar, uma função cativa e esquecida da sua psique. Ainda sob outras circunstâncias, o sonho trata de uma situação cada vez mais intolerável na cultura que cerca a vida pessoal de quem sonha, situação que ela precisa combater ou da qual precisa fugir”. 
Em outras palavras, muito embora sejam sonhos que nos assustem num primeiro momento, são fundamentalmente, sonhos que ampliam nossa consciência sobre nós mesmas.  Sonhos de conteúdo arquetípico normalmente cumprem essa função.
Sonhos com predador são sonhos que falam de atitudes cruéis que temos conosco, ou através de autoagressão ou projetando essa agressão no externo ( uma situação, uma pessoa, um emprego, uma rotina, um parente, etc. ) e nos colocam no limiar de uma mudança psíquica, num “upgrade”, numa iniciação, são portais para o nosso próximo passo em direção à individuação. E por terem essa função, precisam ser vistos enquanto tal.
Podem vir como grandes sacudidas que damos em nós mesmas para tomarmos a atitude necessária na vida cotidiana, nos alertando para algo se “desencaminhou radicalmente”, como diz Clarissa.
E se isso acontece com muitas mulheres simultaneamente, então temos um alerta de que há algo doente em termos sócio-culturais. Mulheres conectadas com sua Matrix, para utilizarmos termos alquímicos, são verdadeiras antenas da natureza e captam muito bem esses movimentos. 
Seja como for, num nível individual ou coletivo, o sonho com o predador sempre nos fala de algo que nos limita, sufoca, nos quais somos levadas a acreditar ( ou desafiar a crença ) de que somos menores do que nosso real potencial e nos chama para uma tomada de posição, exatamente no momento em que nos damos conta de que nosso fogo criativo está sendo apagado, o fogo tomado como um símbolo da nossa energia e vitalidade interna, dos nossos olhos que brilham, de nossa capacidade de gestar e parir ( simbólica ou concretamente ).
E muitas de nós estamos cedendo a isso, em nome de uma produtividade organizacional focada no lucro financeiro unilateral. Enganando-nos no papel de executivas quando somos mera reprodutoras de processos, enquanto temos crises intensas de enxaqueca, travamos nosso rosto na DTM, nosso útero adoece em miomas e cistos e nossos seios padecem de câncer.
Não há nenhum problema em sermos executivas e trabalhadoras aguerridas, lógico! Mas o problema está quando, ao exercemos a o trabalho, o fazemos a partir das premissas do patriarcado que nega o que somos em toda a nossa essência: mulheres!
“É de importância crucial que nos lembremos de que, sempre que temos sonhos com o homem sinistro, existe um poder antagônico por perto, esperando para nos ajudar. Quando acionamos essa energia selagem para resistir ao predador, adivinhem o que acontece imediatamente? A Mulher Selvagem chega superando quaisquer cercas, muros ou obstáculos que o predador tenha construído. Ela não é um ícone, a ser exposto na parede como um quadro religioso. Ela é um ser vivo que chega a nós de qualquer lugar, sob quaisquer condições. Ela e o predador se conhecem há muito, muito tempo. Ela descobre seu paradeiro através de sonhos, de histórias, contos e através da vida inteira das mulheres. Onde ele estiver, ela estará, pois é ela quem contrabalança a destruição causada por ele.
A Mulher Selvagem ensina às mulheres quando não se deve ser ‘boazinha’ no que diz respeito à proteção da expressão de nossa alma. A natureza selvagem sabe que a ‘doçura’ nessas ocasiões só faz com que o predador sorria. Quando a expressão da alma está sendo ameaçada, não só é aceitável fixar um limite e ser fiel a ele; é imprescindível. Quando a mulher age assim, não poderá haver intromissões em sua vida por muito tempo, pois ela reconhece logo o que está de errado e tem condições de empurrar o predador ao seu devido lugar”.

Beijos !

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