Assistindo ao filme “O
Efeito Sombra”, pude me re-lembrar do fato de que somos todos afetados pela
sombra coletiva. Somos afetados pela miséria, pela violência, pelo egoísmo
ganancioso, por comportamentos abusivos de qualquer sorte... Não importando se
estes comportamentos estão em nossa casa ou não.
Em função de nossa
constituição energética, nós mulheres, somos particularmente mais afetadas,
porque somos também muito mais conectadas ao coletivo.
Podemos dar explicações
psicológicas, socioculturais, históricas... mas acho, sinceramente, que elas
não vão passar muito disso: explicações.
Não vejo o quanto
explicações resolvam o mal-estar angustiante que estamos sentindo em nossos
corpos, neste exato momento chamado agora.
Mas é importante que
saibamos de uma coisa: quanto mais negamos um aspecto sombrio em nós, mais ele
se torna energizado, - na física, temos o princípio que nos diz o seguinte: a
cada força aplicada há uma força de igual intensidade e em sentido oposto. Algo parecido com “quanto mais vc empurra uma
parede, mais ela te empurra”... Quer isso na prática ? Experimente levantar-se
do chão empurrando a terra com o pé ao invés de só forçar o quadríceps e veja
como fica mais fácil....
Isso vale também para
nossos movimentos psíquicos: quanto mais empurramos uma coisa para o
inconsciente, mais essa coisa empurra nossas defesas, exigindo cada vez mais
esforço da nossa parte em negá-lo, reprimi-lo, empurrá-lo para os porões de
nosso processamento mental.
E Deus sabe o quanto isso é
cansativo. Ficamos esgotadas, irritadas, desgastadas... enquanto nossas mentes
não param de funcionar e tentar heroicamente manter a imagem social construída
meticulosamente desde muito cedo.
Corremos demais,
trabalhamos demais, comemos demais, bebemos demais, gritamos demais com nossos
filhos, desesperadas, tentando manter algo que já nem sabemos mais o que é.
Viemos para a Terra com
seres biologicamente dependentes e isso é bem claro... mamíferos ocupam o topo
da cadeia sistêmica em termos de dependência para sobrevivência. E lógico, para
sobreviver num grupo, precisamos nos amoldar a regra deste grupo, certo? Então,
empurramos coisas que não podem aparecer para este grupo para as sombras, mesmo
que estas coisas sejam o mais essencial de nós mesmas, até nos esquecermos de
quem somos, do que faz nossos olhos brilharem, do que faz nossas Almas se
encherem de energia e vibração.
Preste atenção: somos
frutos biológicos de nossos pais, mas nossos pais não são os progenitores do
nosso Espírito. Se eles tem grande responsabilidade por nossa história passada,
aquela que queremos empurrar para debaixo no nosso tapete inconsciente, eles
não são e nunca serão responsáveis por nosso futuro, porque isso cabe ao nosso
Espírito !
E quando não tomamos
consciência disso, a Vida entra em cena com seus caminhos nada racionais... e
nos coloca em xeque.
Tudo começa a desmoronar ao
redor, fragmentando-se em mil pedacinhos que não se conectam mais... exatamente
com a carta da Torre no Tarot.
Nada funciona mais como
antes... nada flui... nada deslancha. Culpar os outros já não funciona mais,
não alivia mais nossa dor. Terceirizar a vida e conjulgá-la em terceira pessoa
não aplaca o mal-estar.
Estamos em crise! E agora?
Sim... A Vida tem
mecanismos indiscutíveis de nos colocar em crise, de nos colocar frente a
frente com tudo aquilo que julgamos nosso maravilhoso modo de vida, e que no
fundo – e sabemos muito bem disso - nos angustiam terrivelmente porque em nada
tem a ver com quem realmente somos.
Nosso melhor e nosso pior coexistem
em nossa sombra. Então, se queremos o melhor de nós, temos que olhar para ela.
Olhe para a Dor como um
grande portal iniciático que te coloca em direção a vc mesma. Passe por ela e
use a dor para transformar seu mundo.
Apropriar-se da própria Dor
nos torna pessoas mais fortes, mais autônomas...
Diria que é um ato
revolucionário!
Há sabedoria em cada ferida,
busque por ela, olhando criativamente, use-a como o fundo poço, já que é no
fundo do poço que nos colocamos com uma única possibilidade: dar um jeito de
subir.
No fundo do poço, olhe para
as estrelas, olhe para cima e saiba... Nossa dor não é pessoal, vivemos num
momento dolorido por si só...e entender isso é sair de uma posição de
incapacidade para uma posição de força.
Vamos sair de nossos
pensamentos de pequenez e vamos entender que há algo no mundo para o qual somos
chamados.
É por isso que temos dons! Ou
vc se esqueceu disso ?
O stress, a depressão, a
ansiedade, processos inflamatórios que geram doenças físicas sinalizam aspectos
de nós que estamos insistindo em não reconhecer.
Emoções não digeridas
precisam ser olhadas e ressignificadas. Nossos corpos físicos precisam ser
colocados em movimento e servir como canal fluente para nosso Espírito.
E posso dizer, não vamos
escapar de uma boa crisezinha... sabe por que?
Porque ninguém vai escapar
de crescer em individualidade e essência!
Um beijo grande !
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