Vc sabia que a árvore de Natal com a Estrela na ponta
tem como significado a espiral de desenvolvimento ascendente até ser coroado
com o domínio dos quatro elementos?
Muito de nossas celebrações atuais são fusões de datas
cristãs que sobrepujaram datas Celtas para escondê-las de alguma forma,
perdendo muito da profundidade de sua simbologia.
Agora há pouco, comemoramos a entrada do Outono, o
Equinócio de Outono... mas parece que isso passa meio em branco para nós, não é
mesmo? A Natureza, nós a percebemos na
doença, nas enchentes, nos deslizamentos, nos temporais.... não percebemos mais
suas passagens e transformações dinâmicas e estruturadas...
Estas, passam em branco, como nosso corpo passa em
branco para nós e só o percebemos quando adoece.... quanto perdemos de nós
mesmos neste processo.... Eu me arrisco a dizer que boa parte do nosso
sentimento de solidão tem suas raízes nessa profunda desconexão de nós mesmos
com a Natureza...
Aliás, vc sabia que a recuperação da saúde passa pela
reconexão com os ciclos da Natureza, seus elementos, Fogo, Terra, Ar, Água, e
com os ciclos de expansão e contração?
E que nós, especialmente, mulheres, somos regidas por
ciclos, a começar pelo ciclo da Lua que rege nascimento e a menstruação?
Festejar a Natureza fazia parte da Celebração da Vida
para os povos antigos, principalmente, em função da dependência da agricultura.
Havia as festividades da Roda do Ano, algo que ainda hj, os wiccanos e os
pagãos procuram preservar.
Este entendimento fornecia um planejamento perfeito do
ano: momento para plantar, para colher, para recolher-se, para gerar vida... e
por seguir com o fluxo da Natureza, tudo parecia ser sem tanto esforço porque
todo o nosso sistema neuronal estava em fase com o externo. Nos colocávamos em
contato com várias formas de nós mesmos de ser.
A idéia aqui então é trazer um pouco desse simbolismo
das nossas comemorações atuais e a conexão delas com os ciclos da Natureza para
que possa perceber estes movimentos dentro de vc, tendo a consciência de que temos
estes ciclos em nossa vida, em nosso ano, em nosso dia, em nossos projetos.
Estes movimentos basicamente são a dança entre o Yin e
o Yang dentro de nós em ciclos que dão muito sentido a tudo e percebe-lo acaba
nos dando tempo de nos planejar e nos estruturar para o que virá depois, porque
alinhados com o ciclo da Natureza.
Então vamos lá ...
Comecemos por Samahin que simboliza o final do Verão e
chegada do Inverno. É o período onde o contraste é muito forte e por isso, onde
os limites são muito bem percebidos. Aqui véu entre os mundos se torna sutil. É
o antigo Ano-Novo pagão. Samahin significa “sem luz” e é o período em que
ficamos sem luz, ficamos escuridão.
No Yule, o sol começa a nascer, ainda a matéria
recolhe-se a níveis menores. No inverno nos recolhemos e morremos, nosso
metabolismo diminui e tendemos à depressão... ficamos com aquilo que é
absolutamente essencial, estruturante. O que é material vai ao mínimo. Repare
nas árvores, são apenas os galhos, nem folhas e nem flores, não se perde energia
para reprodução ou fabricação de fotossíntese.
O inverno é um período de repensar, de ficar com o
essencial, de se introjetar profundamente. A busca é a da sabedoria interna. O
tempo não coopera com a vida externa, não nos convida a sair. A comemoração de Yule nos faz lembrar que o nosso
sol interno ainda precisa vencer as nossas sombras escuras, ele ainda não é
vitorioso, o Inverno está reinando.
Em Imbolc ou Candelária, prenuncia-se o fim do inverno
e o começo da Primavera. O sol está ganhando força. O que semeamos no solstício
de Inverno agora começa a brotar. Os dias vão se tornando mais longos e nós
estamos ascendendo nossas luzes. O ano cresce e nós também! Começamos a nos
espreguiçar e acordar do nosso sono invernal.
Em Ostara, é primavera e a Natureza fica colorida,
florida, a fertilidade é o tema. Afrodite nasce das espumas do mar. Luz e
escuridão são iguais. O tempo é de equilíbrio... sim... porque masculino e
feminino irão se tornar um para trazer a fecundidade. A Deusa é a Eostre, deusa da fertilidade (
eastern – pascoa ).
Em Beltane, nós nos enamoramos pela Terra e temos o
Fogo de Bel, estamos no Verão. A vida material chegando ao seu auge e a
introversão tende a estar no mínimo. Nosso metabolismo acelera junto com a luz
solar e ficamos ansiosos. Queremos agir, dar vida.
Em Litha estamos com o poder máximo do Sol e logo
começará a declinar. Temos o Solsticio de Verão e o dia mais longo do ano, o
dia mais ativo.
Em Lughnasad ( Lammas ), estamos no fim do verão e
começamos nossa jornada para dentro, vivemos a luz noturna da Lua até chegarmos
ao equinócio de outono, maturidade do Ser.
Mabon, procuro conciliar e equilibrar, tendo em vista
tudo o que foi captado, integração entre Terra e Ceu, colhendo frutos da
síntese. Começamos a jogar fora tudo o que não presta, voltando-nos para dentro
novamente, com solidão e profundidade, descendo ao inconsciente e tirar o que
não interessa. Entrando em Samahin, para reiniciarmos o ciclo.
Vc consegue perceber estes momentos em sua vida?
Hj, em termos coletivos, vivemos o ciclo da Kali Yuga,
um ciclo carnavalesco no sentido de que o Caos reina sobre a Ordem, onde o
homem é forçado a ver sua sombra para que, a partir dela, se possa optar
conscientemente pelo espírito. É um período de crise que vem exigindo muito de
nós e nos colocará num outro parâmetro de maturidade. Este período está exigindo
que busquemos o nosso Rei e nossa Rainhas internos e reestruturantes, saindo do
poder do Rei Momo, do Rei Bobo.
É um período de escolhas, de decisões: no meio dessa
bagunça toda, quem eu escolho ser?
É um período onde nunca a informação foi tão abundante
mas é um período de assumir a responsabilidade sobre si, pq vc não tem um
governo no qual se apoiar, vc não tem um sistema médico no qual se apoiar, vc não
tem um sistema religioso no qual se apoiar.
Vc tem a você e todo o potencial que vc é !
Vc pode usar decágonos, vc pode usar radiestesia, vc
pode usar radionica, vc pode usar ervas energizadas, vc pode usar água solarizada,
vc pode usar meditação, vc pode usar pranayama, vc pode usar cinco ritos
tibetanos, vc pode usar thetahealing.
Vc pode sim, porque vc tem toda a energia do Universo
com vc: vc tem o fogo de Beltane, vc tem a luz de Lugh, vc tem a força de
nascer das águas como Afrodite, vc tem a fertilidade de Eostre.
Tudo isso é muito arquetípico e seu corpo responde,
produzindo substâncias bioquímicas e hormonais a partir disso. Seu cérebro tem
toda a farmácia que vc precisa e seu Espírito sabe como fabricá-los.
Reconecte-se e movimente sua energia. Adoecemos porque nos consideramos
separados da Natureza e seus ciclos de vida, morte e renascimento. Vc não
precisa se submeter ao Carnaval e ao Caos, a não ser que vc queira.
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