Isolada ao longo do fértil rio Nilo, a cultura egípcia
foi contínua por cerca de três mil anos ( dentro do tempo conhecido ) até cair
com a conquista romana.
Como surgiu esta civilização é ainda tema de
controvérsia entre os estudiosos.
Acredita-se que com o fim da Era do Gelo ( 15000 a
10000 aC ), o Nilo começou a ganhar configurações mais próximas das atuais,
atraindo para si grupos de humanos que buscavam condições melhores de
sobrevivência. Ao redor do Nilo poderiam encontrar água para beber, peixes
comer e terras para plantar.
Heródoto, um viajante grego que visitou o Egito no
séc. V a.C., e considerado como o Pai da História, escreveu: “Egito é um
presente do Rio”, e... arrisco-me a dizer que a Alquimia também....
A Alquimia Egípcia nasceu em solo negro: “al Khen”
significa país negro. E permitam-me aqui um paralelo entre o processo de
nascimento da Arte e o processo de autodesenvolvimento quando dizemos que todo
o processo de transformação tem início com Nigredo, caminhando pelo Albedo até
chegar ao Rubedo.
A civilização Egípcia evoluiu incrivelmente em seus
milhares de anos de existência, e com ela, a Arte Alquímica. É inegável o fato que
os Egípcios continham elevado conhecimento sobre Astronomia, Arquitetura e
Matemática.
A construção de Pirâmides alinhadas a Estrelas, o
processo de embalsamamento dos mortos são os exemplos mais comuns sobre este
antigo conhecimento. A pirâmide de Degraus, Sacara, a Escola de Iniciação do Egito,
foi a grande primeira pirâmide construída. Seu Arquiteto: Imhotep, sumo
sacerdote, mago e alquimista que viveu há mais de 5.500 anos. Como foi
construída, ninguém sabe ao certo, até hoje, muito embora, todos nós possamos
ter nossas teorias particulares.
Conta-se também que Hermes Trismegisto, um grande
sábio, hierofante egípcio, figura lendária ou não (não se sabe ao certo), mais
tarde identificado como o deus egípcio Thoth, foi o fundador da Alquimia. Hermes
transmutado em deus nos faz prestar atenção à intenção de trazer o sagrado para
a sabedoria infinita deixada por alguém... fato que ainda fazemos hoje em dia,
não é mesmo ?
Aliás, Alquimia é conhecida com Arte Hermética, sendo
que os sete princípios Herméticos permeiam o trabalho alquímico. Trabalho num
sentido amplo: sacro oficio.
Hermético aqui também se refere ao fechado. O
conhecimento era passado gradativamente ao aprendiz na medida em que houvesse a
prática do autodesenvolvimento. Em Sacara, essa era a prática.
Aliás sobre isso, falava Maria – a Judia. Segundo Maria
- a Judia ( século IV dC ), uma das mais influentes praticantes desta Arte,
dizia que a Alquimia é donum dei ( um
dom de Deus ), sendo que o desenvolvimento deste dom exigiria estudo e orações,
além de anos de experimentos práticos.
A Alquimia, da forma como a conhecemos hoje, foi
desenhada em Alexandria, no Egito, durante o século I dC, muito embora suas raízes
ancestrais sejam mais antigas. Influenciou fortemente a filosofia Grega, muito
embora a mentalidade grega seja muito mais racional que a mentalidade egípcia,
mais intuitiva.
O Deus Hermes, com suas asas nos pés e mensageiro da
mensagem divina, foi a adaptação de Thot à cultura grega. Hermes transformou-se
em Mercúrio, em Roma – um arquétipo fundamental na Alquimia.
Com certeza, vc já se deparou com a imagem do caduceu,
bastão carregado por Mercúrio, com suas cobras entrelaçadas e asas. Este
símbolo fala no alinhamento de nossas forças energéticas e do despertar de
nosso deus interno.
Muito da Alquimia Medieval, com o lendário Merlin,
teve suas bases na Alquimia Egípcia, através dos escritos de Hermes Trismegisto.
No Renascimento esse conhecimento é intensivamente retomado.
E agora, estamos nós aqui, na entrada deste século
XXI, falando sobre ele.
Não é impressionante a capacidade de alguém em ecoar séculos
a fio ?
Algo de muito impressionante deve haver....
Para mim, este nome se traduz em uma palavra:
Alquimia.
Um beijo grande !
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