Neste artigo, vamos falar sobre a correlação entre stress e DTM e sugerir a respiração como uma forma cientificamente comprovada de diminuição do stress e, portanto, como uma prática colaborativa para a amenização dos sintomas da DTM.
Boa leitura !
É sabido que atingimos um grande desenvolvimento científico
e tecnológico, sendo o nosso trabalho agilizado por máquinas, robôs, softwares,
plataformas, etc.
As informações, através de sistemas avançados de
comunicação, alcançam grande parte das pessoas no planeta. Em 2016 a população
do planeta Terra já passava com folga os 7 bilhões de habitantes, sendo que 40%
com internet conectada 24 horas por dia, e os brasileiros ocupando o 4º lugar de
usuários mais intensivos da rede, no mundo !
O acesso a informação nunca foi tão fácil.
No entanto, os avanços da ciência e da tecnologia não
tem garantido em nada o aumento da felicidade. As grandes cidades estão
superpopuladas, o desemprego e a insatisfação no trabalho aumentam, e as
pessoas já não estão tão certas do que sentem, pensam ou querem. Os níveis de
depressão estão aumentando e tende a se tornar uma das principais causas de
afastamento do trabalho.
Enquanto seres humanos, não estamos evoluindo na mesma
medida das nossas conquistas tecnológicas ou científicas.
A DTM ( Disfunção Temporomandibular ) surge com força como
uma doença moderna de adaptação aos “tempos modernos”. Estima-se que 75% da
população, com prevalência para as mulheres, já apresentou pelo menos um sinal
de DTM e 33%, pelo menos um sintoma.
O estresse e as excessivas cargas de trabalho podem
atuar como fatores de risco no desenvolvimento da DTM.
A correlação entre DTM, estresse e ansiedade está
muito bem documentada na literatura cientifica, sendo que a ênfase em
tratamentos multidisciplinares em vem sendo acentuada. A depressão entra aqui
também em função do sofrimento físico ou emocional associados. Por vezes a dor
chega a ser tão intensa que a pessoa não consegue nem mais identificar a causa
da dor.
A correlação entre fatores biopsicossociais e a DTM parece
lógica quando prestamos atenção ao fato de que a Articulação faz parte de um corpo
que vive, sonha, interage e sente angustia, tristeza, alegria e raiva.
A não ser que a ATM tenha sofrido um trauma, não se
pode excluir o fator stress da gama de fatores de risco da disfunção, portanto,
o tratamento para amenização dos sintomas passa também e necessariamente pelo
desenvolvimento de recursos para gerenciar o stress.
Para associarmos questões emocionais à dor, é
importante entender que o nosso corpo sempre vive no agora, neste segundo.
Nosso aparato biológico é programado para isso e, embora sejamos também capazes
de recuperar as memórias do passado e nos anteciparmos ao futuro.
Não importa se vc está com o pensamento no que tem que
fazer amanhã ou na saudade que sente o passado. Seu corpo viverá de acordo com
isso, a partir do que é disparado em seu processamento mental, seus pensamentos,
conscientes ou não.
Quando acreditamos que seremos agredidos e precisamos
nos defender ( stress ), nosso organismo reage a isso preparando-se para lutar
ou fugir. É inato, e faz parte de sermos mamíferos, de sermos animais. Temos um
cérebro reptiliano por baixo da nossa massa cerebral moderna e “pensante”.
Quando antecipamos o futuro e o trazemos para o momento do agora, o
organismo passa a entender que é aquilo que está acontecendo e passa a
responder a isso, disparando os sistemas de defesa e dor em pensamentos de um
futuro ruim; nestes casos, teremos dor associada a um processo de ansiedade. Quando
estamos num momento de crise, como o que vivemos agora, imagine o que pode
acontecer com nossa saúde....
Da mesma forma, os eventos do passado: eventos
traumáticos do passado deflagram crises de dor por este mecanismo. Aqui teremos
dor associada a depressão.
Considerando que a diferença genética entre um gorila
e o ser humano é de 1,6% , segundo publicação da revista Science, diga-me: como
é que um gorila expressa comportamento agressivo? Ele usa a boca para mostrar
os caninos, certo ?
Como nós expressamos? Cerramos os dentes. Tensionamos
a musculatura do rosto, porque não podemos sair por aí abrindo a boca e
mostrando os caninos, não é mesmo?
Quando estamos estressados, estamos com raiva,
querendo jogar tudo para o ar, a cabeça está a mil, o humor está instável, o
corpo está cansado, mas dizemos a nós mesmos: vc tem que ser mãe exemplar, vc
tem que trabalhar, tem que ganhar dinheiro, tem que ser educado, uma série de “tens
que” rotulados de normalidade, de adaptação social.
E a nossa espontaneidade, onde fica? Enclausurada em
nossa couraça muscular civilizada. Diminuímos nossa respiração, nos intoxicamos
com nosso próprio gás carbônico e aumentamos o nível de toxina em nossa
musculatura, entrando num ciclo complicado de stress – dor – stress.
Por mais que vc não tenha domínio sobre tudo na sua
vida, sobre uma coisa vc tem: a sua respiração! Sim! Use-a a seu favor, é de
graça!
Se conseguir abrir bem a boca, faça isso: abra um
bocão e inspire e expire pela boca durante um minuto. Vc se sentirá rapidamente
mais vitalizado e relaxado. Não use o nariz nesta respiração.
Uma outra dica é: respire e concentre-se na respiração
por pelo menos três minutos por dia. Não tem segredo. É só prestar atenção no
ar que entra, no pulmão que infla e no ar que sai e no pulmão que esvazia.
A pratica concentrativa, prestar atenção de modo
concentrado em algo, ativa a área do cérebro relacionada a escolha das
estratégias comportamentais e libera beta-endorfinas, que são responsáveis pela
diminuição da sensação de medo e dor, inibe o sistema noradrenérgico,
responsável pelo stress e além disso, ativa regiões corticais relacionadas ao
prazer e a felicidade, liberando neurohormônios relacionados a estes
comportamentos, amenizando a percepção de dor.
Por tudo isso, respire, e muito de forma consciente
sempre !!!!
Vc só precisará se disciplinar e entrar na rotina.
De graça, está em vc, o tempo todo e vai ajudar vc a
ter pensamentos mais felizes !
Um beijo aéreo !
Salma
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