terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

A Alquimia na India

A Alquimia, na India, remonta ao período de 1500 a 1000 a.C. com os Vedas, uma coletânea sagrada, inicialmente passada de forma e depois copilada em Quatro Livros durante o chamado período Védico.
O período Vedico é o período onde se registra o conhecimento oral sagrado, e vai de1200 a 600 a.C. aproximadamente. Nesse período, são redigidos então os Quatro Vedas, os Upanishads e o Paveda.
Nos Vedas, é possível encontrar provas de quem em 2000 aC, os sábios hindus e os eruditos tinham conhecimento sobre o sistema heliocêntrico !!!!  Vc consegue imaginar isso???
Após o período Vedico, vem o período Épico, que vai de 600 aC a 200 dC., período em que se escreve o Mahabarata, um poema com 100.000 versos, e o Ramayana, com 24.000 versos! Neste período encontramos o primeiro clássico sobre a prática alquímica: o Rasarathnakara, cujo autor é considerado o pai da Alquimia Indiana. Seu nome: Nagarjuna.
Após o período Épico, tem início o período Escolástico, onde as Seis Escolas indianas são desenvolvidas, dentre elas a Yoga.
A Alquimia Indiana estava direcionada para trabalhos de cura de doenças, prevenção da decadência, rejuvenescimento, juventude e beleza perenes, força imensa, visão sobrenatural e levitação.


A parte farmacêutica tinha por base os medicamentos naturais extraídos de plantas e derivados animais. Sua preparação partindo dos processos de combustão, destilação, diluição, dissolução, precipitação, sublimação além da purificação das matérias-primas, o mercúrio e o ouro, também eram utilizados na fabricação dos medicamentos.
As técnicas de Yoga utilizadas foram as desenvolvidas por Pantajali no século III a.C., pois foi com ele que a Yoga passou de uma tradição mística para uma doutrina filosófica viva.
Yoga significa “unir”, referindo-se à união da alma individual com Brahman, a realidade última, a alma ou a essência de todas as coisas. Esta união passa necessariamente por experenciar concreta e pessoalmente o fato de que tudo, inclusive nosso próprio ser, é Brahman.
É muito interessante lembrar que o Hinduismo não é politeísta, ao contrário do que possa parecer aos nossos olhos ocidentais. Tanto no Hinduísmo, como no Budismo, como no Taoismo, a origem do Universo é una.
Da origem única, origina-se a dualidade primordial: Deus Pai Primordial e Deusa Mãe Primordial que voltam a se unir para gerar o três e a partir disso todos os demais deuses são aspectos enfatizados do Uno experimentando a si mesmo.
Todo o processo de desenvolvimento humano é sair da origem e voltar para a origem, reinventado, re-criado, re-unindo em si o Deus Pai e a Deusa Mãe, o Sol e a Lua, o Yang e o Yin.
Shiva e Shakti são manifestações de Brahman.
Shiva é um dos deuses indianos mais antigos,  podendo assumir muitas formas, sendo a mais celebrada a forma de Dançarino, que cria e destrói, sustentando, através de sua dança, o ritmo do Universo.
Shakti aparece como esposa de Shiva e os dois são frequentemente representados em abraços apaixonados presentes em magníficas esculturas nos templos, esculturas que irradiam uma sensualidade extraordinária, num grau inteiramente desconhecido na arte religiosa ocidental.
O prazer sensual jamais foi suprimindo no Hinduismo, uma vez que o corpo sempre foi considerado parte integral do ser humano, nunca isolado do espírito. A realização inteira envolve ambos, corpo e alma.
Existem várias escolas ou caminhos de yoga, mas podemos considerar o Tantra Yoga como a religião mais antiga da India, na qual seus seguidores cominaram esses aspectos místicos e práticos e deram origem a uma prática única para aperfeiçoar a consciência física e psíquica.
Tantra significa rede, teia, dando a idéia de que tudo está interconectado. O objetivo da prática tantrica está em levar o individuo a perceber-se como parte do todo,  ampliando seu nível consciencial, para além da sensação de separatividade que temos na 3D.
É difícil precisar a origem da Tantra yoga, pois os fanáticos hindus destruíram muitos de seus textos. Enquanto a yoga em geral procura unir “o interior e o exterior, o microcosmo e o macrocosmo – Tantra é a prática de realizar essa união, de expandir o self para abraçar o Self Universal”.
Como um homem, ao abraçar a mulher amada, nada sabe interna ou externamente, assim também esse indivíduo ao abraçar a Alma inteligente, nada sabe interna ou externamente – Upanishads.
Juntando as energias de Shiva e Shakti, o iniciado atinge o estado divino de consciência e conecta-se com a essência de Brahman, segundo Benjamim Walker, com “a quintessência sutil que revigora a estrutura física, faz o corpo crescer, ativa as faculdades sobrenaturais e põe a pessoa em comunicação com qualquer entidade do universo”.
Dentro do biorritmo do cotidiano, se respeitamos sono e alimentação, essa conexão tântrica ocorre toda as noites em nosso organismo quando as serpentes de pai e de mãe encontram-se em nosso chakra coronário, fabricam a tintura suprema e descem novamente até o chakra básico, de hora em hora, até as seis da manhã, quando elemento fogo está em seu pico para nos reenergizarmos para um novo dia.
O Mercúrio era considera um princípio gerador para os indianos, e é muito interessante essa associação se nos lembrarmos que Mercúrio, Deus, era a releitura que os Gregos fizeram de Hermes Trismegisto, o Pai da Alquimia.
Na Escola Joel Aleixo, consideramos que toda a doença surge na substância Mercurius, substancia que rege todo nosso processamento mental, portanto, para a cura, nossos pensamentos precisam mudar necessariamente. O Mercurius pode ser considerado também como nosso nível áurico, sendo o corpo emocional o Sal e o corpo físico, o Sulphur, por ser o nível mais denso da expressão do nosso Espírito.
Talvez o aspecto mais obvio da Alquimia Indiana nos chegue através da Ayurveda.
Para falar sobre Ayurveda, pesquisei o site da Associação Brasileira de Ayurveda: www.ayurveda.org.br
Esse site é bem legal para quem curtir o tema... vale a pena dar uma olhadinha !
Bem... vamos lá dar um resumo sobre o que é a Ayurveda – filosofia médica indiana.
A palavra Ayurveda é proveniente do sânscrito e possui duas partes: Veda que é traduzido como conhecimento, ciência ou sabedoria e Ayus que significa vida.
Neste contexto Ayurveda é o conhecimento, a ciência ou sabedoria que propõe uma vida saudável em harmonia com as leis da natureza com o objetivo de alcançarmos a felicidade. Nesta filosofia indiana a saúde é um estado de completude.
A ONU, na segunda metade dos anos 1990 adotou o conceito de saúde não só como ausência de doença, mas como qualidade de vida... Gente... é brincadeira, né... eu gostaria de saber que arte que nós fizemos para jogar fora tanta sabedoria... 1990 ! Os escritos da Ayurveda datam de séculos antes de Cristo !!!!
O Ayurveda acredita que tudo no universo é composto pelos 5 Elementos, que expressam nossa fisiologia através da acentuação destes elementos.
Segundo o Susruta Samhita a saúde é definida da seguinte forma: “Quando os Doshas (humores), Dhatus ( tecidos), Agni ( digestão e metabolismo) e a eliminação de Malas ( excreções) estão em sua função normal e isto está associado a clareza dos sentidos, mente e alma”.
Nesta filosofia a pessoa pode não ter uma doença propriamente dita mas também não estar saudável pois a saúde depende de uma integração corpo-mente-espirito.
As ferramentas terapêuticas do Ayurveda são medicamentos naturais e sua utilização depende da leitura do desequilíbrio vigente da pessoa. Este diagnóstico é realizado através da história detalhada e exame físico minucioso. Após isto o profissional de Ayurveda pode utilizar os seguintes métodos naturais aplicáveis a cada caso: passando por desintoxicação, atividade física moderada, rotina diária saudável com pratica de Yoga e meditação.
É um mundo fenomenal, pleno de sabedoria e profundo entendimento da funcionamento do Humano em sua plenitude.

Para terminarmos nossa parada pela India, certos de que nem arramamos a profundidade da sua história milenar eu me despeço por hoje dizendo Namastê !!!

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