A Alquimia, na India, remonta ao período de 1500 a
1000 a.C. com os Vedas, uma coletânea sagrada, inicialmente passada de forma e
depois copilada em Quatro Livros durante o chamado período Védico.
O período Vedico é o período onde se registra o
conhecimento oral sagrado, e vai de1200 a 600 a.C. aproximadamente. Nesse
período, são redigidos então os Quatro Vedas, os Upanishads e o Paveda.
Nos Vedas, é
possível encontrar provas de quem em 2000 aC, os sábios hindus e os eruditos
tinham conhecimento sobre o sistema heliocêntrico !!!! Vc consegue
imaginar isso???
Após o período Vedico, vem o período Épico, que vai de
600 aC a 200 dC., período em que se escreve o Mahabarata, um poema com 100.000
versos, e o Ramayana, com 24.000 versos! Neste período encontramos o primeiro
clássico sobre a prática alquímica: o Rasarathnakara, cujo autor é considerado
o pai da Alquimia Indiana. Seu nome: Nagarjuna.
Após o período Épico, tem início o período
Escolástico, onde as Seis Escolas indianas são desenvolvidas, dentre elas a
Yoga.
A Alquimia Indiana estava direcionada para trabalhos
de cura de doenças, prevenção da decadência, rejuvenescimento, juventude e
beleza perenes, força imensa, visão sobrenatural e levitação.
A parte farmacêutica tinha por base os medicamentos
naturais extraídos de plantas e derivados animais. Sua preparação partindo dos
processos de combustão, destilação, diluição, dissolução, precipitação,
sublimação além da purificação das matérias-primas, o mercúrio e o ouro, também
eram utilizados na fabricação dos medicamentos.
As técnicas de Yoga utilizadas foram as desenvolvidas
por Pantajali no século III a.C., pois foi com ele que a Yoga passou de uma
tradição mística para uma doutrina filosófica viva.
Yoga significa “unir”, referindo-se à união da alma
individual com Brahman, a realidade
última, a alma ou a essência de todas as coisas. Esta união passa
necessariamente por experenciar concreta e pessoalmente o fato de que tudo,
inclusive nosso próprio ser, é Brahman.
É muito interessante lembrar que o Hinduismo não é
politeísta, ao contrário do que possa parecer aos nossos olhos ocidentais.
Tanto no Hinduísmo, como no Budismo, como no Taoismo, a origem do Universo é una.
Da origem única, origina-se a dualidade primordial:
Deus Pai Primordial e Deusa Mãe Primordial que voltam a se unir para gerar o
três e a partir disso todos os demais deuses são aspectos enfatizados do Uno
experimentando a si mesmo.
Todo o processo de desenvolvimento humano é sair da
origem e voltar para a origem, reinventado, re-criado, re-unindo em si o Deus
Pai e a Deusa Mãe, o Sol e a Lua, o Yang e o Yin.
Shiva e Shakti são manifestações de Brahman.
Shiva é um dos deuses indianos mais antigos, podendo assumir muitas formas, sendo a mais
celebrada a forma de Dançarino, que cria e destrói, sustentando, através de sua
dança, o ritmo do Universo.
Shakti aparece como esposa de Shiva e os dois são
frequentemente representados em abraços apaixonados presentes em magníficas
esculturas nos templos, esculturas que irradiam uma sensualidade extraordinária,
num grau inteiramente desconhecido na arte religiosa ocidental.
O prazer sensual jamais foi suprimindo no Hinduismo,
uma vez que o corpo sempre foi considerado parte integral do ser humano, nunca
isolado do espírito. A realização inteira envolve ambos, corpo e alma.
Existem várias escolas ou caminhos de yoga, mas
podemos considerar o Tantra Yoga como a religião mais antiga da India, na qual seus
seguidores cominaram esses aspectos místicos e práticos e deram origem a uma
prática única para aperfeiçoar a consciência física e psíquica.
Tantra significa rede, teia, dando a idéia de que tudo
está interconectado. O objetivo da prática tantrica está em levar o individuo a
perceber-se como parte do todo,
ampliando seu nível consciencial, para além da sensação de
separatividade que temos na 3D.
É difícil precisar a origem da Tantra yoga, pois os
fanáticos hindus destruíram muitos de seus textos. Enquanto a yoga em geral
procura unir “o interior e o exterior, o microcosmo e o macrocosmo – Tantra é a
prática de realizar essa união, de expandir o self para abraçar o Self
Universal”.
Como um homem, ao
abraçar a mulher amada, nada sabe interna ou externamente, assim também esse
indivíduo ao abraçar a Alma inteligente, nada sabe interna ou externamente –
Upanishads.
Juntando as energias de Shiva e Shakti, o iniciado
atinge o estado divino de consciência e conecta-se com a essência de Brahman, segundo
Benjamim Walker, com “a quintessência sutil que revigora a estrutura física,
faz o corpo crescer, ativa as faculdades sobrenaturais e põe a pessoa em
comunicação com qualquer entidade do universo”.
Dentro do biorritmo do cotidiano, se respeitamos sono
e alimentação, essa conexão tântrica ocorre toda as noites em nosso organismo
quando as serpentes de pai e de mãe encontram-se em nosso chakra coronário,
fabricam a tintura suprema e descem novamente até o chakra básico, de hora em
hora, até as seis da manhã, quando elemento fogo está em seu pico para nos
reenergizarmos para um novo dia.
O Mercúrio era considera um princípio gerador para os
indianos, e é muito interessante essa associação se nos lembrarmos que
Mercúrio, Deus, era a releitura que os Gregos fizeram de Hermes Trismegisto, o
Pai da Alquimia.
Na Escola Joel Aleixo, consideramos que toda a doença
surge na substância Mercurius, substancia que rege todo nosso processamento
mental, portanto, para a cura, nossos pensamentos precisam mudar
necessariamente. O Mercurius pode ser considerado também como nosso nível áurico,
sendo o corpo emocional o Sal e o corpo físico, o Sulphur, por ser o nível mais
denso da expressão do nosso Espírito.
Talvez o aspecto mais obvio da Alquimia Indiana nos
chegue através da Ayurveda.
Para falar sobre Ayurveda, pesquisei o site da Associação
Brasileira de Ayurveda: www.ayurveda.org.br
Esse site é bem legal para quem curtir o tema... vale
a pena dar uma olhadinha !
Bem... vamos lá dar um resumo sobre o que é a Ayurveda
– filosofia médica indiana.
A palavra Ayurveda é proveniente do sânscrito e possui
duas partes: Veda que é traduzido como conhecimento, ciência ou sabedoria e
Ayus que significa vida.
Neste contexto Ayurveda é o conhecimento, a ciência ou
sabedoria que propõe uma vida saudável em harmonia com as leis da natureza com
o objetivo de alcançarmos a felicidade. Nesta filosofia indiana a saúde é um
estado de completude.
A ONU, na segunda metade dos anos 1990 adotou o
conceito de saúde não só como ausência de doença, mas como qualidade de vida...
Gente... é brincadeira, né... eu gostaria de saber que arte que nós fizemos
para jogar fora tanta sabedoria... 1990 ! Os escritos da Ayurveda datam de
séculos antes de Cristo !!!!
O Ayurveda acredita que tudo no universo é composto
pelos 5 Elementos, que expressam nossa fisiologia através da acentuação destes
elementos.
Segundo o Susruta
Samhita a saúde é definida da seguinte forma: “Quando os Doshas (humores),
Dhatus ( tecidos), Agni ( digestão e metabolismo) e a eliminação de Malas (
excreções) estão em sua função normal e isto está associado a clareza dos
sentidos, mente e alma”.
Nesta filosofia a
pessoa pode não ter uma doença propriamente dita mas também não estar saudável
pois a saúde depende de uma integração corpo-mente-espirito.
As ferramentas terapêuticas do Ayurveda são
medicamentos naturais e sua utilização depende da leitura do desequilíbrio
vigente da pessoa. Este diagnóstico é realizado através da história detalhada e
exame físico minucioso. Após isto o profissional de Ayurveda pode utilizar os
seguintes métodos naturais aplicáveis a cada caso: passando por desintoxicação,
atividade física moderada, rotina diária saudável com pratica de Yoga e
meditação.
É um mundo fenomenal, pleno de sabedoria e profundo
entendimento da funcionamento do Humano em sua plenitude.
Para terminarmos nossa parada pela India, certos de
que nem arramamos a profundidade da sua história milenar eu me despeço por hoje
dizendo Namastê !!!